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Fifa defende Copa do Mundo em vários países a partir de 2026

Custos seriam repartidos, assim como o apoio ao torneio. A Concacaf, nos bastidores, já indicou que estaria disposta a aceitar o novo modelo

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Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
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1 de 1 copa-mundo - Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

A Fifa começa a desenhar a maior revolução na história do futebol, com uma nova Copa do Mundo – em mais de um país -, um Mundial de Clubes com 16 equipes e até extinção de competições. A partir desta quinta-feira, a entidade se reúne em seu novo formato, em uma esperança de mostrar à opinião pública que mudou depois da crise e da prisão de seus dirigentes. O principal debate será sobre o futuro da “joia da coroa”, responsável por 95% da renda do futebol: a Copa do Mundo.

Entre 2017 e 2019, a Fifa escolherá a sede para a Copa de 2026 que, seguindo o princípio da rotatividade entre continentes, deveria ocorrer na América do Norte. Os dirigentes reunidos em Zurique, porém, preparam a maior reforma no torneio desde sua criação, em 1930, em um processo que deve estar concluído no início do ano que vem e que vai incluir a revisão de todos os torneios internacionais. A intenção é que o Mundial seja maior e com um impacto financeiro mais importante.

A principal proposta é ampliar a Copa de 32 para 48 países. Na prática, 25% das seleções do mundo estariam no evento. Isso seria possível graças a uma fase preliminar. Em um mata-mata, apenas 16 passariam da primeira etapa e se juntariam a outros 16 para o torneio regular.

A Conmebol recebeu a promessa de ter cinco vagas e meia. Questionado pela reportagem, o presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Domínguez, se recusou a comentar a proposta. “Temos nossa posição, mas ela não é pública ainda”, disse.

A ampliação seria a maior da história do evento. Entre 1930 e 1978, 16 times se classificavam para o torneio. Em 1982 veio a primeira reforma, liderada pelo brasileiro João Havelange – em busca de votos -, com 24 seleções. Em 1998, passou para 32.

A expansão terá de considerar algo que ficou evidente em 2010 na África do Sul e em 2014 no Brasil: sociedades não estão mais dispostas a bancar com recursos públicos eventos com resultados questionáveis.

Uma das propostas do suíço Gianni Infantino, presidente da Fifa, é que a Copa passe a ocorrer em “múltiplos países”. Custos seriam repartidos, assim como o apoio ao torneio. A Concacaf, nos bastidores, já indicou que estaria disposta a aceitar o novo modelo. Assim, partidas poderiam ser realizadas no México, Estados Unidos e Canadá.

Um dos vice-presidentes da Fifa confirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que o plano de jogos e a distribuição de vagas já estão “praticamente fechados”. O desafio seria no campo das televisões e também convencer algumas federações europeias desse redesenho

Para garantir 48 times em um mês, o torneio teria de ter cinco jogos por dia, um “desafio técnico e financeiro” para emissoras. Não faltam críticos ao projeto, principalmente diante do risco de que uma grande equipe, como Itália ou Inglaterra, acabe sendo eliminada já na primeira rodada. As TVs, que pagam milhões para transmitir o evento, estão resistentes.

A reforma prevê ainda o fim da deficitária Copa das Confederações. Uma das possibilidades é substituí-la por um verdadeiro torneio internacional de clubes. A intenção mais consolidada indica que, depois de mais dois anos no Japão, o Mundial de Clubes seja transferido para a China, onde a empresa Alibaba já garantiu que vai bancá-lo sozinha. Dirigentes falam abertamente em um aumento do torneio para 16 clubes.

Um dos pilares da nova agenda internacional é o aspecto financeiro. Hoje, 95% da renda de mais de US$ 5 bilhões da Fifa vem da Copa do Mundo. O dinheiro é usado para financiar praticamente todos os demais eventos, que são deficitários. Para os especialistas, a entidade precisará diversificar sua renda e reduzir seus riscos com outros torneios.

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