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Federação assume risco e jogo contra Brasiliense será no Bezerrão

Preocupado com briga de torcidas, Jacaré pede que “acordo de cavalheiros” seja cumprido e partida contra o Gama seja no Mané Garrincha

atualizado

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DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
Gama x Brasiliense
1 de 1 Gama x Brasiliense - Foto: DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

O clássico candango do próximo domingo (17/3), entre Gama e Brasiliense, será no estádio Bezerrão, contrariando “acordo de cavalheiros” firmado entre os dois clubes após episódio de violência generalizada entre torcedores e jogadores das equipes, em março de 2017. Naquele mesmo mês, temendo novos embates, o Jacaré enviou ofício à Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), pedindo que todo e qualquer jogo entre os times fosse realizado no Estádio Mané Garrincha, independentemente de quem fosse o mandante da partida.

Para a diretoria do Brasiliense, só o estádio nacional oferece estrutura e segurança necessárias a garantir a integridade de todos, uma vez que dispõe de espaço suficiente para manter as torcidas afastadas.

Na última vez que os dois times se enfrentaram no Bezerrão pelo Campeonato Candango, a partida terminou empatada em 1 a 1 e foi encerrada aos 43 minutos do segundo tempo. Após uma pancadaria em campo – que também acirrou os ânimos das torcidas –, seis jogadores do Gama e quatro do Jacaré foram expulsos.

Mesmo sabendo da rivalidade entre as torcidas, a FFDF ignorou os pedidos do Jacaré, permitindo que o Gama, mandante de campo, marcasse o clássico para o Bezerrão. Diante da possibilidade de confronto, a diretoria do Brasiliense enviou, em março deste ano, novos ofícios à federação e à Polícia Militar, na tentativa de transferir o jogo para o Mané Garrincha. Até o momento, entretanto, não há mudanças.

No documento, que também foi remetido ao gabinete da coronel Sheyla Soares Sampaio, comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), no último dia 7, o Jacaré considera que o jogo é de “altíssimo risco”. Os dois times estão empatados em primeiro lugar na tabela, com 19 pontos cada, e a vitória garante a liderança do campeonato.

Na solicitação, o time visitante pede o intermédio tanto da FFDF quanto da PM para que a partida não seja realizada no Bezerrão. Em 2018, no primeiro encontro entre os dois clubes após a pancadaria no Candangão de 2017, com o mando de campo do Brasiliense, foi cumprido o “acordo de cavalheiros” firmado entre os presidentes das duas equipes, e o jogo ocorreu no Mané Garrincha, transcorrendo de forma pacífica.

Um novo ofício foi encaminhado à federação, reforçando a solicitação para que a partida fosse realizada no estádio construído para a Copa do Mundo de 2014, nessa terça-feira (12/3).

Responsabilização
“Em 2017, ambas as agremiações pactuaram disputar os clássicos seguintes no Estádio Mané Garrincha, não somente o único que pode conferir maior segurança e bem-estar ao torcedor, com o necessário distanciamento das torcidas e seu ingresso e saída do estádio; como porque é um dos principais estádios do Brasil e motivo de prestígio ainda maior ao nosso campeonato, valorizando o produto que nos importa, que é o futebol e o entretenimento”, destacou a diretoria do Jacaré.

O Brasiliense atribui à entidade a responsabilidade de qualquer dano causado em razão de confrontos entre torcidas. O time diz que, caso haja violência durante o jogo, tomará medidas judiciais nas esferas civil e penal contra os responsáveis, “em especial os mandatários do clube mandante da partida e da Federação, processando-os criminalmente e por danos morais no caso de ocorrer qualquer problema com nossos jogadores e torcedores”.

Veja os documentos e as imagens da confusão ocorrida em 2017:

12 imagens
Documento encaminhado pelo Brasiliense à Polícia Militar
Documento encaminhado pelo Brasiliense à Polícia Militar
Documento encaminhado ao presidente da FFDF solicitando que jogo seja no Mané Garrincha
Documento encaminhado ao presidente da FFDF solicitando que jogo seja no Mané Garrincha
Confusão no clássico de 2017: torcedores e jogadores se feriram
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Gama e Brasiliense firmaram um acordo para disputar os clássicos entre os dois times no Estádio Mané Garrincha

Reprodução
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Documento encaminhado pelo Brasiliense à Polícia Militar

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Documento encaminhado pelo Brasiliense à Polícia Militar

Reprodução
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Documento encaminhado ao presidente da FFDF solicitando que jogo seja no Mané Garrincha

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Documento encaminhado ao presidente da FFDF solicitando que jogo seja no Mané Garrincha

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Confusão no clássico de 2017: torcedores e jogadores se feriram

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Atletas de Gama e Brasiliense iniciaram a briga aos 43 minutos do segundo tempo

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Atletas trocam soco durante confusão no clássico

Daniel Ferreira/Metrópoles
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Polícia usou gás de pimenta para conter briga

Daniel Ferreira/Metrópoles
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Jogo violento teve 10 expulsões

Claudio Reis/ BrasilienseFC
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Clássico violento ocorreu pelo Candangão de 2017

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Torcedor foi agredido e perdeu as roupas após briga

Daniel Ferreira/Metrópoles

 

De acordo com o diretor do Departamento Técnico da FFDF, Márcio Coutinho, a tabela é feita por sorteio e, desta vez, o jogo caiu no Bezerrão. “A PM marcou uma reunião para quinta-feira [14/3] para acertar a questão da segurança. Eu acho, e tudo leva a crer, que o jogo vai ser lá e que vai ser torcida única. O mando [de campo] é do Gama, a responsabilidade também é”, destacou o diretor.

A PM, responsável por definir o esquema de segurança, disse que ainda não está decidido se a torcida será mista ou se haverá separação. A corporação também vai participar da reunião marcada para a tarde de quinta, no edifício da Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Por meio de nota, a Polícia M disse que não tem prerrogativa para decidir sobre o mando de campo e afirmou que haverá “reforço programado para dar maior segurança aos torcedores” durante o clássico.

Procurado pela reportagem, o presidente do Gama, Weber Magalhães, não atendeu as ligações nem respondeu as mensagens. A assessoria de imprensa da agremiação informou que o clube não comentará nada sobre o clássico antes da partida com o Sobradinho, marcada para quarta-feira (13).

Recomendação
Em fevereiro, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) expediu recomendação (veja abaixo) à Polícia Militar para a proibição da entrada de torcidas organizadas nos estádios. As organizadas não serão barradas na entrada, mas estão vetados sinais de identificação, como uniformes, bandeiras e mascotes.

Recomendação Conjunta nº 01-2019 – PDDC-PRODECON-PJEC.pdf by Metropoles on Scribd

 

Reveja imagens da confusão de 2017:

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