Ex-funcionária diz que jogador Fernando sabia de remédio proibido
Ex-motorista do atleta brasileiro está preso há um ano na Rússia, acusado de tráfico de drogas ao entrar no país com 2 caixas de Mytedon
atualizado
Compartilhar notícia
Preso há um ano na Rússia acusado de preparação e tráfico de drogas, o ex-motorista do jogador Fernando, Robson Oliveira, tenta provar sua inocência. Nesse domingo (26/04), em entrevista ao Esporte Espetacular, uma ex-funcionária fez uma declaração que pode ajudá-lo. De acordo com Cristiane, ex-babá da família, o volante do Beijin Guoan sabia que o remédio colocado dentro da mala de Robson era proibido no país europeu.
“Achei simplesmente um absurdo o Fernando negar que não sabia do remédio. Ele teve uma conversa com a esposa, Rafaella. Eu estava na sala brincando com o filho deles quando ele falou que o doutor, médico do Spartak, não poderia passar a receita do remédio, pois é proibido esse remédio na Rússia”, revelou Cristiane.
O remédio em questão eram duas caixas de Mytedon. Elas pertenciam a Willian Farias, sogro de Fernando, e foram colocados em uma mala de Robson. O ex-motorista do jogador foi flagrado com a substância ao entrar na Rússia e, se condenado, pode pegar 20 anos de prisão.
A ex-babá Cristiane afirmou também que já levou pacotes para Rafaella em pelo menos uma viagem. Revoltada com a situação de Robson, ela imagina que o mesmo poderia ter acontecido com ela.
Alegação do casal
Desde o início do processo, o jogador Fernando e a esposa Rafaella afirmam que não tinha ciência da proibição do remédio na Rússia. A substância é legalizada no Brasil e serve para auxiliar no tratamento de viciados em ópio, heroína, além de diabetes e dores crônicas.
Por meio de nota oficial enviada via assessoria de imprensa ao Esporte Espetacular, Fernando se defende das acusações. O jogador afirma que desde o início do processo custeia os serviços de advogado de Robson. Além disso, reforça que não tinha conhecimento da proibição do remédio e pede auxílio do governo brasileiro para elucidar o caso.
Veja a íntegra da nota oficial do jogador Fernando
“Por meio da nota oficial abaixo, a família do jogador Fernando presta os devidos esclarecimentos para a reportagem do Esporte Espetacular:
Reiteramos que ninguém da nossa família sabia que o remédio em questão era proibido na Rússia. Se alguém tiver algo diferente disso a dizer precisará provar a veracidade de tal declaração, caso contrário tomaremos as medidas cabíveis.
Desde o início do processo mandamos dinheiro para ajudar o Robson no presídio, como mostram os recibos que possuímos. Só paramos de fazer esses depósitos no momento em que o Robson escreveu uma carta de próprio punho recusando qualquer ajuda da nossa parte, inclusive, abrindo mão do advogado na Rússia. Posteriormente ele voltou atrás em sua decisão e retornamos a custear o apoio jurídico através de um contrato de cooperação, que segue em vigência. Soubemos há alguns dias atrás que o Robson também está solicitando novamente o suporte financeiro no presídio. Esse pedido já foi aceito e está sendo viabilizado junto aos seus advogados.
Em nenhum momento negamos que o remédio era do William, nem na Rússia nem no Brasil. Infelizmente, para justiça russa isso não muda a condição do Robson. As mudanças pedidas pelo doutor Olímpio no contrato de cooperação foram conversadas e resolvidas de comum acordo, tanto é que o documento possui sua assinatura.
Muitos podem não saber, mas o advogado do Robson no Brasil não tem permissão para exercer seu trabalho fora do país, tão pouco pode visitar ou ter qualquer tipo de contato com seu cliente. Então, entendemos que não há motivos para o Olímpio viajar todo mês sendo custeado por nós, já que isso não tem qualquer interferência em relação a situação do Robson em todas as esferas. Já foi contratado um novo profissional na Rússia, que o próprio doutor Olímpio escolheu e pago por nós, que está fornecendo todo suporte necessário para o Robson.
Vale ressaltar que o advogado atual, chamado Pavel, é o mesmo que estava no caso no começo e que havia sido destituído sob alegação do doutor Olímpio na ocasião de que ele estaria cuidando apenas dos nossos interesses, quando na verdade não tínhamos nenhuma participação em suas decisões. Para nós, o retorno do Pavel ao caso é esclarecedor no sentido de provar que sempre procuramos fornecer o melhor para o Robson.
Achamos importante registrar que nos causou estranheza o fato do Robson ter falado na ultima entrevista que não estava recebendo nenhuma ajuda da nossa parte, quando está claro que a verdade é diferente. Acontece da mesma maneira quando somos criticados por seu advogado no Brasil mesmo atendendo ao que ele está nos solicitando. Gostaríamos de deixar claro para todos que não estamos em lados opostos e que seguiremos atendendo o que nos for solicitado de forma legal e oficial para ajudar o Robson.
Finalizando, lamentamos profundamente a atual condição do Robson e jamais gostaríamos de estar relacionados a essa questão. Foi uma fatalidade causada por uma desinformação que poderia ter acontecido com qualquer um, mas que muitos, não entendemos por quais motivos, estão tentando fazer parecer diferente. Vale a reflexão que se houvesse um alerta dos laboratórios nos rótulos dos remédios tudo isso poderia ser evitado. Reforçamos que seguiremos tentando fazer o que estiver ao nosso alcance para que o Robson saia dessa situação o mais rápido possível. Porém, entendemos que, por se tratar de uma questão enorme e de suma importância, o governo brasileiro deveria se envolver de maneira mais efetiva no caso. Fica aqui o nosso apelo para que isso aconteça e para que o Robson possa ser libertado o quanto antes.”