Ex-diretor do Cruzeiro diz que clube “está perdido nas decisões”
A falta de experiência no grupo gestor de futebol do Cruzeiro estaria atrapalhando, na avaliação de Bolicenho, demitido junto com Adilson
atualizado
Compartilhar notícia
Rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro em 2019, o Cruzeiro ainda não encontrou um rumo para deixar o atual caos esportivo, na maior crise da sua história. Os maus resultados dentro de campo resultaram na demissão do técnico Adilson Batista e do diretor de futebol Ocimar Bolicenho no último domingo (15/03) e já provocaram questionamentos ao trabalho do Núcleo Dirigente Transitório, até então visto como esperança para colocar a gestão do clube no rumo.
O grupo dirige a equipe desde a renúncia de Wagner Pires de Sá e ficará à frente da gestão até as eleições marcadas para maio, sendo composto por empresários renomados de Minas Gerais. Eles têm buscado viabilizar a rotina do Cruzeiro, que chegou a ter suas dívidas estimadas em R$ 800 milhões no início do ano, e conseguiram manter os salários de 2020 em dia. Mas a falta de experiência no futebol estaria atrapalhando a gestão, na avaliação de Bolicenho. Além disso, dois dos seus nomes mais conhecidos – Pedro Lourenço e Vittorio Medioli – deixaram a gestão em janeiro.
“O clube está perdido na tomada de decisões. São pessoas muito novas no futebol, que chegaram para fazer uma gestão de emergência. São todos bem intencionados, mas não conhecem o dia-a-dia do futebol. A Toca da Raposa é longe da sede. Nunca fui ao conselho gestor conversar sobre os assuntos”, relatou Bolicenho.
Pressão dentro de campo
As quedas de Adilson e de Bolicenho foram o reflexo de uma semana desastrosa no Cruzeiro dentro e fora de campo. Nas quatro linhas, o time perdeu por 2 x 0 para o CRB na última quarta-feira (11/03), no jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil, no Mineirão, um resultado que o deixou em situação bastante complicada na competição.
A Copa do Brasil, torneio vencido seis vezes pelo Cruzeiro, não é exatamente o maior objetivo esportivo neste ano do clube, que está focado na volta à elite. Mas fazer a melhor campanha possível no torneio mata-mata era fundamental em função da premiação elevada distribuída pela CBF, ainda mais para uma equipe em grave crise financeira.