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Eriksen: especialistas abordam gravidade do caso e futuro do meia

Jogador teve que ser reanimado dentro de campo, mas já teve alta e passa bem. Meia terá que passar por procedimento no coração

atualizado

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Eriksen
1 de 1 Eriksen - Foto: Reprodução/Instagram

A Eurocopa 2020 vem sendo um sucesso dentro e fora de campo. Mas um incidente triste marcará para sempre a atual edição de competição continental.

Na partida da Dinamarca contra a Finlândia, ainda no segundo dia de jogos do certame, o meia Christian Eriksen sofreu uma parada cardíaca dentro de campo e teve que ser reanimado dentro do gramado. Depois do susto impressionante, o jogador passa bem, mas precisará passar por um procedimento no coração. 

O Metrópoles ouviu dois especialistas sobre o caso, que analisaram o problema e as sequelas que o jogador terá que enfrentar ao longo da carreira.

Caso raro

Rogério Agnello é cardiologista e já trabalhou com equipes de futebol do DF como Brasiliense, Ceilândia e Real Brasília. O especialista diz que o incidente com o dinamarquês é um episódio escasso, mas que precisa de uma atenção mais do que redobrada quando acontece. “É um caso raro de acontecer, mas quando acontece é de uma emergência, de uma gravidade muito grande. A parada cardiorrespiratória quando acontece em qualquer lugar, seja no shopping, no trabalho, na academia, ele tem que ser abortado o mais rápido possível”, diz.

O cardiologista analisou o trabalho da equipe que atendeu Eriksen ainda no gramado. “A equipe médica agiu de forma correta e precisa. Foram contundentes em fazer as manobras para que ele voltasse o mais rápido possível. Daí a necessidade de os profissionais e todo o aparato estejam prontos para este tipo raro de caso”, comenta Agnello.

Por ter atuado em equipes de futebol, o médico lamenta que, no Brasil, alguns times não tenham todo este aparato disponível em suas partidas. “A CBF exige uma UTI móvel nos jogos, com todo o material necessário para atender esses casos de urgência. Infelizmente, alguns clubes não possuem essa estrutura. Alguns clubes nem médicos têm. Alguns dirigentes também possuem uma mentalidade complicada, acreditam que fazer avaliação médica nos seus atletas é um gasto para o clube e na realidade é um investimento. Imagina você fazer uma avaliação cardiológica bem preparada com todos os exames. Isso minimiza e muito essas situações, como foi esse caso”, analisa.

E o futuro?

Eriksen ainda não sabe como será a continuação de sua carreira. “Ele teve uma reversão muito rápida, uma atuação médica muito rápida e eficiente. É um acometimento que não necessariamente vá tirá-lo da atividade profissional, mas há a necessidade do equipamento para que o caso não se repita. Ele não deve precisar parar a carreira, mas precisará de cuidados para que um novo evento como este não tenha mais repercussões”, afirma Luciano Lourenço, clínico geral, especialista em Medicina do Esporte e chefe da emergência do Hospital Santa Lúcia.

O procedimento ao qual o especialista se refere é um desfibrilador no coração. “Esse dispositivo é necessário depois de um ataque cardíaco devido a distúrbios de ritmo cardíaco””, diz Morten Boesen, médico da seleção dinamarquesa.

Sem Eriksen, a Dinamarca está praticamente eliminada da Eurocopa, com duas derrotas em dois jogos. O jogador teve alta do hospital onde estava internado e passou por exames e nesse sábado (19/6) visitou seus companheiros na concentração de sua seleção.

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