Entenda por que Brasília virou “queridinha” do futebol no Brasil
A capital está liberada para receber jogos, tem carência por grandes eventos esportivos e precisa movimentar o Mané
atualizado
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Normalmente às margens da elite do futebol nacional, Brasília é vista neste momento como solução viável para a bola não parar de rolar no país. As restrições impostas por governos estaduais devido à pandemia do novo coronavírus impedem o cumprimento do calendário e, na contramão após duas semanas de lockdown, a capital passou a permitir jogos desde que a liminar da juíza federal Kátia Balbino de Carvalho Ferreira foi derrubada pela Justiça a pedido do Governo Federal. Automaticamente, virou endereço desejado.
Na última terça, o Mané Garrincha foi confirmado como palco da Recopa Sul-Americana e do jogo Santos x San Lorenzo, válido pela Pré-Libertadores. Além disso, está a um anúncio da CBF de ser oficializado como a casa da Supercopa do Brasil pela segunda vez. A agenda em abril, no entanto, promete ser ainda mais intensa. A Arena BSB, gestora do Mané Garrincha, confirmou ao Metrópoles que estão em curso negociações para receber Vasco x Flamengo, pelo Campeonato Carioca.
Embora haja entusiasmo das autoridades locais, o DF bateu recorde de mortes por Covid-19 registrados em um único dia na terça-feira (30/3): foram 94 óbitos em decorrência da doença.
O fato de as partidas não receberem público e serem realizadas sob protocolos rígidos são atenuantes para a continuidade das atividades esportivas. A capital também está recebendo os 30 jogos restantes do Novo Basquete Brasil (NBB). As partidas, realizadas no ginásio da Asceb, começaram nessa quinta-feira (1/4) e vão até o próximo dia 13.
Veja pontos que tornaram Brasília atraente como sede dos jogos:
Liberação do esporte
O governador Ibaneis Rocha (MDB) suspendeu eventos e competições esportivas no DF em decreto publicado no dia 28 de fevereiro. Um mês depois, na última segunda-feira (29/3), ele liberou as atividades, o que abriu caminho para receber as partidas. Ele chegou a cogitar o retorno de público ao Mané Garrincha – somente profissionais da saúde vacinados -, mas o desejo ainda não foi realizado.
O destino dos jogos no Mané Garrincha chegou a ficar em perigo na última semana, pois a juíza federal Kátia Balbino de Carvalho Ferreira havia concedido liminar para que o DF retomasse as medidas de enfrentamento à Covid-19 revogadas na segunda-feira (29/3) – o que implicava a retomada do lockdown. Um dia depois, no entanto, a liminar foi derrubada pela desembargadora Ângela Catão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), permitindo, assim, a retomada de atividades, como competições esportivas, conforme havia definido o governo local.
Estados com restrições
Brasília está livre para receber eventos esportivos exatamente no momento em que outros estados apertam o cerco. No Rio de Janeiro, por exemplo, o decreto que proíbe jogos é válido até o próximo domingo, mas pode ser ampliado. Em São Paulo, as rodadas estão vetadas desde o dia 15 de março e voltam ser permitidas nesta quarta. A fase emergencial de combate à Covid-19 no estado, porém, fez o Palmeiras indicar Brasília como sede da partida contra o Defensa y Justicia. A Conmebol exige a definição do estádio 15 dias antes da partida, que será no dia 14 de abril.
Área central e neutra
A localização central de Brasília também é um fator positivo para os clubes procurarem a capital, conforme acredita o gestor do Mané Garrincha, Richard Dubois, e Paulo Bassul, Diretor Técnico-Operacional da Liga Nacional de Basquete (LNB). Além disso, a neutralidade em relação a conflito de torcidas também ajuda a ser visto com bons olhos. A arena é também uma das mais modernas do país, o que a credencia para receber jogos de alta demanda, como a Recopa Sul-Americana e a Supercopa do Brasil.
O fato de não receber público durante a pandemia também é visto como essencial para continuar aberta a propostas.