Em três anos, Galiotte gastou R$ 343,3 milhões em reforços
Ao todo, gestão do presidente do Palmeiras contratou nada menos que 34 novos jogadores para o elenco do time paulista
atualizado
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Há três anos no cargo de presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte terá nos próximos dias o desafio de reformular o departamento de futebol e também o processo de contratações. Após trazer 34 jogadores durante a gestão e investir mais de R$ 300 milhões em reforços desde dezembro de 2016, o mandatário sente a necessidade de mudar a organização no clube e a filosofia de busca por atletas.
O clube vai deixar de contratar em grandes quantidades ou contar com reforços jovens. A equipe deve a partir de agora trazer atletas mais renomados e prontos para virarem titulares, a exemplo do realizado pelo Flamengo nesta temporada. Revelações das categorias de base, manutenção de alguns nomes importantes do time atual e algumas contratações de peso vão formar o elenco de 2020.
Junto com o ex-diretor de futebol Alexandre Mattos, Galiotte comandou a chegada de 34 reforços. Entre valores pagos pela compra, luvas ou comissões a empresários, as negociações fizeram o Palmeiras gastar R$ 343,3 milhões.
A mais cara delas foi o colombiano Miguel Ángel Borja. O Palmeiras pagou ao Atlético Nacional R$ 33 milhões em fevereiro de 2017 e depois mais R$ 11 milhões em agosto deste ano. Até mesmo a chegada de jogadores que estavam sem contrato foi custosa. Os meias Lucas Lima e Gustavo Scarpa custaram, respectivamente, R$ 17,5 milhões e R$ 23,5 milhões em luvas e comissões.
Boa parte do ciclo de contratações iniciadas na era Galiotte teve o aporte da Crefisa, empresa patrocinadora do clube. Ao todo a patrocinadora bancou nomes como Borja, Bruno Henrique, Deyverson, Luan e Guerra. Como contrapartida, o Palmeiras terá de devolver à patrocinadora o dinheiro investido nessas contratações em até dois anos após a saída de cada um desses atletas. A dívida já superou os R$ 150 milhões.
Antigo responsável por dirigir o futebol do Palmeiras, Mattos sucumbiu diante dos resultados ruins nesta temporada e pela pressão interna no clube contra os gastos em contratações e o pouco retorno dos últimos investimentos, em especial o pacote trazido para 2019. O reforço mais caro, o atacante Carlos Eduardo, deixou o futebol do Egito por R$ 25 milhões e até agora não convenceu.
Ainda neste ano a diretoria apostou em atacantes que atuaram pouco. Felipe Pires não agradou e foi repassado ao Fortaleza. O mesmo se passou com Arthur Cabral, emprestado ao Basel, da Suíça. Ricardo Goulart veio da China com o status de maior contratação da temporada. Após 12 jogos, o Guangzhou Evergrande pediu o fim do empréstimo em maio. O jogador voltou à Ásia, mas não joga desde que deixou o Palmeiras.
Um dos casos mais curiosos nas contratações recentes do Palmeiras foi o argentino Nico Freire. O zagueiro veio do futebol holandês no meio do ano passado, ficou emprestado durante seis meses e foi embora sem atuar em nenhum jogo oficial. Freire deixou o clube, passou pela LDU, do Equador, e atualmente está no Pumas, do México.
Galiotte manifestou no domingo (01/12/2019) insatisfação com alguns jogadores do elenco atual e prometeu realizar trocas. “Para atuar pelo Palmeiras, o jogador precisa ter qualidade, espírito de luta, respeito à camisa e coragem. Essa mudança ocorrerá também com o plantel, começaremos uma nova etapa. Toda nova etapa demanda um período de adaptação”, explicou.
Balanço financeiro
Apesar do elevado gasto em contratações, o clube conseguiu ter lucro com as vendas de alguns jogadores. A saída de Yerry Mina para o Barcelona em 2018 rendeu quase R$ 50 milhões. Neste ano, a negociação de Luan Cândido com o RB Leipzig e a de Moisés com o Shandong Luneng somaram mais de R$ 70 milhões.
No entanto, a situação financeira do clube é delicada. Parte do dinheiro da venda de Moisés ficou bloqueada por dívidas antigas na Justiça. O clube apresentou até agosto um déficit de R$ 36 milhões. Ao fim de 2019 a dívida acumulada deve atingir R$ 40 milhões.