Em carta, Adriano desabafa: “Nem todas as lesões são físicas”
Ex-atacante fala sobre trajetória no esporte, suas origens e sobre a morte do pai
atualizado
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Adriano Imperador, uma das figuras mais populares do futebol brasileiro da última década, deu um relato importante sobre sua trajetória. Em uma carta aberta publicada nesta terça-feira (11/5) pelo portal The Players Tribune, Adriano relembrou o início nas categorias de base do Flamengo, falou da sua família, sobre a trajetória no futebol profissional e comentou sobre a morte de seu pai, ponto mais crítico de sua vida.
Em uma carta extensa e sincera, Didico, como é carinhosamente chamado pelos fãs, começa contando sobre sua infância na Penha, no Rio de Janeiro, e sobre como iniciou sua carreira de jogador. Destaca que era colocado para jogar de lateral nas categorias de base do Flamengo e sobre a importância da avó, que o acompanhava nos treinos.
Pouco tempo depois de subir ao profissional, aos 17, recebeu a primeira convocação para a seleção brasileira e relembra com bom humor como recebeu a notícia.
“Minha mãe entrou na sala gritando: “Meu filho!”
E eu lá, roncando pra caramba. Zzzzzzzzz.
Ela disse: “Tu foi convocado!”
“Hã? Quê? Para de brincadeira!”
Saí da cama e vi meu nome na TV.”
Uma passagem importante na carta de Adriano é sobre sua trajetória na Inter de Milão, onde recebeu o apelido de “Imperador”. Logo na estreia, em um amistoso contra o Real Madrid em pleno Santiago Bernabéu, Adriano marcou de falta e caiu nas graças da torcida e da imprensa italiana. Neste trecho, Didico faz questão de deixar explícito todo o seu amor e carinho pelo clube italiano, ex-companheiros e até mesmo pelo ex-presidente da Inter, Massimo Moratti.
Nove dias após um dos pontos mais de sua carreira jogando pela seleção brasileira, marcando o gol decisivo contra a Argentina na final da Copa América de 2004, Adriano recebeu a notícia do falecimento de seu pai.
“Eu realmente não queria falar sobre isso, mas vou te dizer que, depois daquele dia, meu amor pelo futebol nunca mais foi o mesmo. Ele amava futebol, então eu amava futebol. Simples assim. Era meu destino. Quando joguei futebol, joguei pela minha família. Quando marquei, marquei para a minha família. Então, quando meu pai morreu, o futebol nunca mais foi o mesmo.”
O ex-atacante também relembra das lesões que sofreu, mas faz questão de destacar o impacto da morte de seu pai em sua carreira. “Tenho um buraco no tornozelo e outro na alma”, descreve Adriano.
Outro ponto alto da carta escrita por Didico é com relação ao seu retorno ao Flamengo em 2009, quando foi campeão brasileiro com a equipe carioca. “Nunca fui completamente o mesmo depois que meu pai faleceu, mas naquela temporada eu realmente me senti em casa. Senti alegria novamente. Eu voltei a ser o Adriano”, conta o Imperador.
Clique aqui para ler a carta na íntegra.