Edu Gaspar diz que “não é fácil ser Neymar” e lamenta queda do Brasil
Coordenador técnico da Seleção afirma que eliminação é “dor que sangra” e que planejamento da Copa América, em 2019, no Brasil, já começou
atualizado
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Um dia depois da eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo, com a derrota por 2 x 1 para a Bélgica, em Kazan, o coordenador da seleção, Edu Gaspar, concedeu entrevista coletiva para falar sobre a campanha do País. O dirigente fez questão de elogiar o desempenho na Rússia e considerou que a torcida ficou orgulhosa da equipe.
“Independente de resultado, temos responsabilidade de passar algo bacana para o povo, o torcedor e a imprensa. Saímos derrotados, mas ao mesmo tempo vejo o povo brasileiro orgulhoso de nós. Isso é esporte, é assim que temos que conduzir o esporte. Nossa responsabilidade é imensa e tudo que fizemos reflete no torcedor. Esse é o objetivo que sempre citei. Mesmo com a eliminação, tem muita gente orgulhosa da Seleção”, declarou.Na Rússia, o Brasil estreou com empate com a Suíça, mas evoluiu ao longo do torneio e acumulou vitórias sobre Costa Rica, Sérvia e México. Por mais que tenha exaltado a campanha brasileira, Edu, porém, não escondeu a tristeza com a eliminação e foi enfático ao citar uma “dor que sangra”.
“Foi um grande jogo, duas equipes com estratégias diferentes, com qualidade incrível. Vai deixar algo para nós, como experiência. Essa dor que sentimos não é fácil, é a maior, sem dúvida, como atleta ou dirigente. É uma dor que sangra, mas temos que seguir nossos objetivos e caminhos”, disse.
O dirigente garantiu que o planejamento para a Copa América do ano que vem, que acontecerá no Brasil, já começou, mas evitou fazer análises aprofundadas sobre o futuro. “Hoje, é humanamente impossível responder uma pergunta friamente, de forma elaborada. Não posso ser tendencioso. Hoje, a gente quer esperar um pouco mais para tomar as melhores decisões.”
Neymar
Edu fez questão de exaltar a participação de Neymar na Copa. O jogador chegou ao torneio sob dúvidas após a lesão sofrida no Paris Saint-Germain, teve altos e baixos ao longo da competição e foi criticado por seu comportamento em campo, principalmente por simulações de faltas e agressões.
“A partir do momento em que passei a conviver mais com o Neymar, vi que não é fácil ser ele. As pessoas esquecem o tempo que ele ficou parado, o que ele fez para jogar a Copa do Mundo em boas condições. Treinou apenas três semanas sem problema clínico, fez apenas dois amistosos para estrear”, apontou.
Ele minimizou as críticas ao jogador por não ter concedido entrevista após a eliminação para a Bélgica. “Se dá um sorriso, é criticado e elogiado. Se chora, é criticado e elogiado. Se não dá entrevista, é criticado e elogiado. Não é fácil ser Neymar, é difícil estar na pele do Neymar em alguns momentos. Foi o atleta que menos reivindicou alguma coisa. Cumpriu com as normas da delegação.”
“Chega a dar pena, porque o que esse menino sofre não é brincadeira. Mas o outro lado também é verdadeiro. Eu prefiro ficar com o que tenho do dia a dia do Neymar, que é espetacular. Não estou aqui para defender, mas tenho que elogiar e agradecer por esses momentos na Copa do Mundo”, considerou.