Edenilson: delegado promete indiciar Rafael Ramos por injúria racial
Mesmo com o laudo do Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul, o delegado Roberto Sahagoff vai indiciar o atleta do Corinthians
atualizado
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O caso de suposta injúria racial envolvendo Edenilson, jogador do Internacional, e Rafael Ramos, jogador do Corinthians, vai ganhar mais um capítulo. Na próxima segunda-feira (13/6), o delegado Roberto Sahagoff vai encaminhar por entender que há indícios de racismo.
Vale lembrar que o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul concluiu que não é possível tecnicamente identificar exatamente o que Rafael Ramos disse a Edenilson.
Mesmo com o resultado do laudo, o delegado afirmou que há indícios de injúria racial. “O prazo é até o início da semana que vem. Encaminharemos o inquérito segunda que vem. O laudo não vincula o resultado. Foi uma perícia. Temos indícios da prática de injúria racial”.
Após a finalização, o processo será encaminhado ao Ministério Público, titular da ação. O órgão então definirá se oferecerá denúncia ou pedirá o arquivamento.
Já pelo lado do Corinthians, Daniel Bialski, advogado contratado pelo clube, afirmou que medidas jurídicas vão ser tomadas e classificou a ação policial no Beira-Rio como “arbitrariedade” da polícia. “Acaso o Delegado pretenda, contra a prova pericial taxativa, indiciar o Rafael, iremos tomar as devidas providências jurídicas, seja para evitar isso, seja para apurar o abuso de autoridade praticado. Não se tolerará novamente arbitrariedade”.
O jogador do Corinthians havia sido detido em flagrante após o jogo e solto mediante pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil.
O caso
No dia 14 de Maio, na partida entre Internacional x Corinthians pela 6ª do Brasileirão, Edenilson, jogador do Internacional, acusou o lateral Rafael Ramos de injuria racial. Segundo o atleta colorado, Rafael o chamou de macaco durante um lance de disputa de bola envolvendo ambos os jogadores.
O jogador do Corinthians foi detido pela policia em flagrante ainda no estádio e liberado após o pagamento de R$ 10 mil da fiança.
Nessa quarta-feira (8/6), um documento de 40 páginas foi enviado pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul à 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, responsável pelo caso. Segundo o instituto, não é possível identificar quais foram as palavras proferidas por Rafael Ramos pois os gestos que compõe a fala dele ocorre na “porção interna da cavidade oral”.
Revoltado com a situação, Edenilson apagou sua publicações do instagram e mudou o nome de sua conta para “Macaco”. Através do story, o meio-campista desabafou: “Não iriam nos calar? Já nos calaram. Se ofendidos aceitem, engulam a seco. Finjam que não escutaram, é uma luta desleal, é uma luta inconclusiva”.
Os atletas envolvidos no caso prestaram depoimento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e confirmaram suas versões anteriores. O caso segue na esfera esportiva.
Paulo Feuz, auditor-relator do caso, disse que o inquérito deve ser concluído em 35 dias. O STJD também vai solicitar uma perícia do tribunal para a produção de provas e descarta uma acareação (confronto de versões) entre os dois jogadores.
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