As lições que vêm da China: crises financeiras já rebaixaram campeões
Não foram só as equipes chinesas que passaram por grande crise financeira. Conheça outros times que quase fecharam suas portas
atualizado
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A recente crise dos clubes de futebol na China não é novidade no mundo do futebol. Muitas equipes campeãs, como o Guangzhou Evergrande e o Jiangsu Suning, desapareceram ou buscam retomar o patamar conquistado em seus anos de ouro.
O caso dos asiáticos, em específico, é complicado, mas relativamente fácil de explicar. Por mais contraditório que pareça, a questão passa pelo alto investimento, incluindo valores de transferências e salários, passa pelo título nacional, mas acaba em uma grande crise por conta das altas dívidas.
O Guangzhou Evergrande roubou os noticiários quando contratou Darío Conca, o argentino que brilhava no Fluminense, em 2011. O meia recebia o terceiro maior salário do mundo, somente atrás de Cristiano Ronaldo e Messi: R$ 60 milhões por 30 meses de contrato.
Com tanto dinheiro, o clube se tornou o maior campeão do país, com oito títulos nacionais. Porém, corre o risco de deixar o esporte por conta de uma dívida de US$ 300 bilhões.
Já o Jiangsu Suning, atual campeão chinês, fechou as portas dois meses depois devido à grande dívida adquirida ao longo do tempo. Miranda e Eder, atuais jogadores do São Paulo, atuavam por lá.
Europeus
Mas não foram só os dois gigantes asiáticos que passaram por problemas desse tipo. Um caso muito curioso foi o do Borussia Dortmund.
Os alemães ficaram muito mal das pernas no início deste século. Em meados de 2002, o clube enfrentou uma crise ferrenha e executou várias medidas para não deixar de existir. Uma delas foi muito curiosa: a ajuda do Bayern de Munique, grande rival do BVB nos dias de hoje.
Os Bávaros fizeram um empréstimo para o time amarelo, o que ajudou a manter a casa funcionando. Aliado a isso, o Borussia negociou os seus melhores jogadores e reduziu o salário dos atletas remanescentes para 20% dos antigos ganhos.
As medidas deram certo e fizeram com que o time de Dortmund figurasse no primeiro patamar do futebol mundial tempos depois. Ele chegou à final da Champions League em 2012/13, exatamente contra o Bayern, e conquistou duas Bundesligas, além de três Copas e três Supercopas da Alemanha.
O Rangers FC tem uma história parecida com os chineses, principalmente com o Guangzhou Evergrande, que conquistou muitos canecos. Foram incríveis 55 títulos da Escócia, mas a agremiação foi parar na quarta divisão nacional por conta de uma crise que assolou o clube.
Em 2012, o antigo Glasgow acumulou um déficit de R$ 140 milhões e decretou falência. Para não deixá-lo morrer, um grupo adquiriu o clube e alterou o nome, mas não escapou do rebaixamento, que dependia da aprovação dos outros participantes da Scottish Premiership.
Quatro anos depois, porém, o Rangers FC voltou à elite da Escócia e até foi campeão na temporada 20/21.
O Parma é tradicional na Itália, mas precisou passar por um período na quarta divisão em 2015 por conta das altas dívidas, consideradas impagáveis.
A situação era tão ruim que Crespo, técnico da base do time naquela época e hoje comandante do São Paulo, reclamou que os banhos no CT eram gelados, tamanha era a crise financeira.
O Parma decretou falência e foi rebaixado para a Série D, divisão que conta apenas com times amadores. A ascensão foi tamanha que o clube conseguiu a promoção nas três temporadas seguintes e regressou para a elite do futebol italiano.
A equipe do goleiro Buffon acabou na lanterna da Série A no ano passado e hoje disputa a segundona.
O futebol italiano também quase perdeu nomes como Napoli e Fiorentina.
O ex-time de Maradona passou por um momento muito delicado no início dos anos 2000, mas foi em 2004 que a fase foi de mal a pior. Com uma dívida de 70 milhões de euros, o clube foi expulso da Liga Calcio, que organizava a primeira divisão à época.
A agremiação só não deixou de existir porque o cineasta italiano Aurelio de Laurentiis comprou os espólios restantes e o reergueu.
Já a “La Viola”, foi o primeiro italiano a disputar uma final de Champions League, em 1956-57, quando perdeu para o Real Madrid, por 2×0.
Com uma “gigante” crise financeira, o clube decretou falência em 2002 e perdeu o seu lugar no topo do futebol italiano, precisando recomeçar na última divisão nacional, a 4ª. Astros do elenco, como o português Rui Costa e o goleiro italiano Francesco Toldo, foram vendidos.
Por conta de sua história, a Fiorentina pulou da quarta para a segunda divisão e, em 2004, já garantiu sua volta à elite do futebol italiano.
Nos Estados Unidos
O New York Cosmos foi um time que esteve no topo do futebol estadunidense e contou com craques como Pelé, Carlos Alberto, Franz Beckenbauer, Johan Cruyff, Johan Neeskens e Giorgio Chinaglia.
Porém, com o fim da NASL, em 1984, a maior liga dos EUA naquela época, o tradicional clube dos Estados Unidos também desapareceu. Foram cinco títulos nacionais e muita história para contar.
A equipe reabriu suas portas em 2012, após ser adquirida pelo grupo saudita Sela Sport. Mas, desde sua volta, não conseguiu mais figurar na elite do futebol daquele país e continua tentando se reerguer.
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