Dirigente desdenha de vítima de racismo: “Homenzinho patético”

Em mais um caso de racismo no futebol, o atacante holandês Ahmad Mendes Moreira, do SBV Excelsior, encontrou uma maneira de protestar contra os cânticos de cunho racista que ouviu durante a partida: ao marcar um gol, que deixou seu time, que jogava fora de casa, à frente por 2 x 1, na partida diante do Den Bosch, o jogador de 24 anos comemorou em frente à torcida adversária. A partida terminou empatada em 3 x 3.

Seguindo a orientação da Uefa, o jogo chegou a ser paralisado por alguns instantes para que os cânticos fossem cessados, o que ocorreu minutos depois da pausa.

Indignado com o que considerou uma provocação à torcida da casa, o dirigente do Den Bosch, Erik van der ven, criticou a atitude do atacante do Excelsior.

“Homenzinho patético”, resumiu o cartola.

O jogador se defendeu dizendo que não é obrigado a aguentar manifestações racistas em 2019.

“Ele disse que eu sou patético. Você acha que eu tenho que suportar isso em 2019? Eu prefiro falar sobre o jogo, mas a verdade é que estou com raiva e desapontado que isso ainda aconteça”, desabafou o jogador, em entrevista à Fox Sports holandesa.

Posteriormente, o dirigente se retratou, e disse ter chamado o atacante de patético não por se posicionar contra o racismo, mas por ter provocado os torcedores rivais.

“Eu disse que ele é patético por que provocar os torcedores não parecia inteligente naquele momento, já que a partida já estava temporariamente adiada. Sou absolutamente contrário a qualquer forma de racismo”, explicou.

Em nota, o Den Bosch afirmou não ter nada a ver com as manifestações da torcida e elogiou a parada no jogo, vista pelo clube como uma medida para “proteger o jogador”.

“Sentimos muito que ele tenha se sentido ofendido em um nível pessoal. O time não tem nada a ver com isso e age fortemente contra os torcedores responsáveis por estes atos”, disse, em nota oficial.