Direitos iguais no futebol: jogadoras querem o mesmo pagamento deles
Jogadoras americanas exigem ganhar na seleção a mesma quantia dos jogadores homens. No país, futebol feminino lucra mais que o masculino
atualizado
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Em um momento no qual as mulheres ganham cada vez mais voz na luta pela igualdade de gêneros, as atletas da seleção norte-americana de futebol não ficaram atrás e também exigiram seus direitos. Nesta quinta-feira (31/3), cinco jogadoras da equipe, incluindo a goleira Hope Solo, anunciaram que estão movendo uma ação contra a entidade responsável pela modalidade no país exigindo a equalização dos pagamentos a jogadores e jogadoras que servem a seleção.
Carli Lloyd, Megan Rapinoe, Rebecca Sauerbrunn, Hope Solo e Alex Morgan confirmaram a abertura do processo contra a U.S. Soccer com o apoio da Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego (EEOC, na sigla em inglês), órgão norte-americano que luta contra a discriminação trabalhista.
A ação movida pelas atletas leva em conta os valores obtidos pela U.S. Soccer em 2015. De acordo com os documentos levantados por elas, a seleção feminina dos Estados Unidos gerou US$ 20 milhões a mais em receita no ano passado que a masculina. Ainda assim, as mulheres seguem recebendo da entidade uma quantia bem inferior aos homens.
“Recentemente, ficou claro que a federação não tem intenção de nos prover pagamento igual por um trabalho igual”, disse Rapinoe em comunicado. “Acho que a hora é agora. Acho que provamos nosso valor ao longo dos anos, acabamos de vencer a Copa do Mundo, e a disparidade no pagamento entre homens e mulheres é muito grande. Continuamos a lutar”, comentou Lloyd em entrevista à rede NBC.
Os números ficam ainda mais discrepantes se for levada em consideração a participação dos países na Copa do Mundo. Campeã do Mundial do ano passado no Canadá, a seleção feminina recebeu um total de US$ 2 milhões, enquanto os homens faturaram US$ 9 milhões no Brasil, mesmo sendo eliminados nas oitavas de final.
Vale lembrar que o futebol feminino nos Estados Unidos é tão ou mais popular que o masculino. Prova disso foi a audiência de 26,7 milhões de televisões acompanhando a decisão da última Copa do Mundo feminina, na qual as norte-americanas foram campeãs diante do Japão.
A atitude das atletas acontece em uma época na qual a polêmica por diferença de pagamentos entre homens e mulheres tomou conta de diversos esportes. Recentemente, o assunto tomou conta do tênis, com jogadoras como Serena Williams exigindo pagamentos iguais para ambos os gêneros, enquanto diretores de torneios e até Novak Djokovic defenderam os valores superiores para os jogadores.