Dia da Consciência Negra: relembre casos de racismo no futebol
As últimas manifestações de preconceito ocorridas no Brasil e no mundo demonstram como é importante combater e expor o problema
atualizado
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Há quem diga que política e esporte não devem se misturar. Porém, estamos vendo que o que acontece dentro das quatro linhas reflete diretamente com o momento vivido pela sociedade e vice-versa.
Os casos recentes de racismo dentro do futebol são claros exemplos de como essa visão preconceituosa permanece viva e forte, no Brasil e no resto do mundo.
No Dia da Consciência Negra, o Metrópoles relembra casos recentes de racismo que aconteceram no futebol como forma de expor e denunciar o problema, e para que permaneçamos sempre alertas e conscientes de sua existência.
Malcom na Rússia
Logo na estreia do jogador, ex-Barcelona, no Zenit, ele sofreu com manifestações racistas da própria torcida. “Obrigado à direção por respeitar nossas tradições”, dizia a faixa estendida, em referência a ausência de jogadores negros no clube.
Santos x Ceará
O episódio aconteceu na 26ª rodada do Brasileirão. Thiago Galhardo, do Ceará, afirmou que o seu companheiro de equipe, Fabinho, havia sofrido injúrias raciais de torcedores do Santos.
“Acho que eles vêm ver o espetáculo, que foi bonito, parabéns pela vitória do Santos. Mas o cara quer menosprezar o Fabinho, menosprezar a mim, fazer ato de racismo com ele, chamando de negão e vagabundo. O futebol perde a essência, o brasileiro tem que se controlar mais”, denunciou Galhardo.
Balotelli
Em partida do Brescia contra o Verona, Mario Balotelli teve que conviver com cantos racistas durante quase toda a partida. Em determinado momento ele se irritou, chutou a bola na torcida e ensaiou abandonar a partida.
Mesmo afetado, Super Mario deu a volta por cima e marcou um golaço.
Lukaku
Também na Itália, o atacante Romelu Lukaku sofreu racismo ao ser chamado de macaco pela torcida do Cagliari, que imitou sons de animal para o jogador.
A própria torcida da Internazionale defendeu as manifestações racistas, alegando que era só uma forma de “distrair o jogador e ajudar o time”.
Lukaku também foi ofendido por um comentarista italiano que sugeriu dar 10 bananas para o atacante comer, como forma de pará-lo. Luciano Passirani foi demitido.
Inglaterra x Bulgária
Após vitória por 6 x 0 da Inglaterra sobre a Bulgária, os torcedores búlgaros se manifestaram de forma racista e com gestos nazistas direcionados aos britânicos.
Tyone Mings, defensor do Aston Villa, foi um dos principais alvos. Ele chegou a fazer uma reclamação ao árbitro, que parou a partida por alguns minutos. No fim, torcedores foram identificados e presos e a Bulgária recebeu multa de 75 mil euros e um jogo com portões fechados.
Taison e Dentinho na Ucrânia
No clássico entre Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev, Taison e Dentinho foram vítimas de racismo. O primeiro reagiu chutando a bola e dando dedo para a torcida, foi expulso e saiu de campo chorando.
Até o momento, nenhuma punição foi aplicada.
Cusparada e ofensa de torcedor atleticano
No último clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, disputado no Mineirão, um tumulto na arquibancada precisou ser contido por seguranças.
Um deles foi ofendido por um torcedor que, exaltado reclamou de ter sido tocado por ele. “Você pôs a mão em mim, olha sua cor”. O torcedor prestou depoimento à polícia e se defendeu do ato dizendo que seu cabeleireiro era negro. O Galo fez um pronunciamento condenando as ações do torcedor.