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Coronavírus: corte de salário atinge jogadores de Brasil e Europa

Na contramão do futebol europeu, entidade que representa atletas que atuam no Brasil pede garantias de pagamento e não aceita redução

atualizado

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Após pelo menos duas semanas de paralisação no calendário esportivo por conta do novo coronavírus, o assunto financeiro passa a subir na escala de prioridade. Cientes de que o prejuízo com o cessar de jogos é grande, confederações e demais entidades têm costurado acordos com seus filiados e profissionais. Especificamente com jogadores, num primeiro momento, há uma diferença notável entre brasileiros e europeus.

Na última quarta-feira (25/03), a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) informou aos clubes brasileiros que os jogadores não compactuam com cortes salariais – alegam que a CLT não permite. Um dia antes, na Alemanha, o goleiro Manuel Neuer falavam em nome do grupo de atletas do Bayern de Munique.

“Os jogadores são um grupo privilegiado. É evidente que devemos aceitar um corte salarial”, afirmou o goleiro. Além do Bayern, Borussia Dortmund e Schalke já anunciaram acordos com seus atletas.

Na Espanha, além do Barcelona, que chegou em um acordo com seus jogadores, a imprensa tem noticiado o avanço nas negociações do Real Madrid para tentar chegar a um consenso na redução de salários. Na Inglaterra, clubes como o Birmingham, que está na segunda divisão do futebol do país, informou que os jogadores que recebem mais de 6 mil euros por semana terão um corte de 50% do salário nos próximos quatro meses. A ideia é repor a perda quando o caixa melhorar.

Jogadores no Brasil

Apesar de recusarem a redução salarial no primeiro momento, os jogadores que atuam no Brasil são favoráveis à negociação direta com os clubes. Isso indica que eles podem aceitar o corte, mas desde que acordado de forma individualizada com o próprio time. Isso permite que os clubes façam a redução proporcional ao poder aquisitivo.

Até o momento, só o Fortaleza conseguiu fechar um acordo com seus atletas de redução salarial.

Férias coletivas

A primeira manobra para tentar amenizar o prejuízo com a paralisação foi aprovada na quinta-feira, após reunião entre 46 clubes nacionais. Após muita conversa, eles decidiram liberar férias coletivas de 20 dias para os jogadores, podendo ser prorrogadas por mais 10, a depender da situação da Covid-19 em 20 de abril.

Conmebol anuncia ajuda

Enquanto a situação ainda é obscura e não se sabe até onde o novo coronavírus pode interferir no calendário, a Conmebol decidiu agir. A entidade sul-americana de futebol anunciou uma antecipação do valor da premiação para os clubes que estão na fase de grupos da Libertadores. A ideia é reforçar o caixa dos times com até 60% do valor destinado a eles na primeira fase. O mesmo será feito com as agremiações que estão na segunda fase da Copa Sul-Americana.

CBF

Entidade máxima do futebol brasileiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda não anunciou medidas. Ela foi convocada pelos clubes e pelos atletas para participar da discussão, mas, ao contrário da Conmebol, não informou mudanças, auxílios financeiros e nem ajustes no calendário. A conferir.

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