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Corinthians repudia ação da PM ao deter homem que criticou Bolsonaro

A nota classificou o ato dos policiais militares como “grave atentado às liberdades individuais no Estado Democrático de Direito”

atualizado

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Corinthians
1 de 1 Corinthians - Foto: Reprodução/Twitter

O Corinthians se manifestou na manhã desta terça-feira (06/08/2019) sobre o caso do torcedor corintiano que foi detido por gritar palavras contra o presidente Jair Bolsonaro durante o clássico com o Palmeiras, domingo (04/08/2019), na arena em Itaquera, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.

“A Arena e o Sport Club Corinthians Paulista vêm a público repudiar o episódio que resultou na prisão do torcedor Rogério Lemes Coelho”, informou o clube. “O clube historicamente reitera seu compromisso com a democracia e a defesa do direito constitucional de livre manifestação, desde que observados os princípios da civilidade e da não violência”, prosseguiu.

A nota classificou o ato dos policiais militares como “grave atentado às liberdades individuais no Estado Democrático de Direito”. Rogério Lemes Coelho publicou na segunda-feira (05/08/2019) nas redes sociais Boletim de Ocorrência no qual mostra que foi detido por criticar o presidente Bolsonaro.

O torcedor também divulgou imagens dos punhos machucados pelas algemas. “Hoje entrei na Arena Corinthians expondo minha opinião contra o atual governo e olha o que aconteceu: fui preso, humilhado e algemado”, escreveu no post.

Ele contou que logo que gritou palavras contra Bolsonaro, recebeu um mata-leão pelas costas e não teve forças para reagir. Logo em seguida outro policial o algemou. Levado a uma sala dentro da arena Corinthians, disse que permaneceu quase até o final do jogo.

“Entravam policiais e gritavam coisas do tipo: ‘e aí, você não é valentão, quem mandou xingar o nosso presidente?’ Foram vários que entraram e gritaram frases para me intimidar”, disse em entrevista ao Coletivo Democracia Corinthiana.

Depois, foi levado até a sala da delegacia do estádio e conversou com a delegada. “Só me liberaram faltando dez minutos para o fim do jogo. Vi cinco minutos da partida, mas já sem cabeça para isso. É um terror psicológico muito grande, muita maldade.”

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que a Polícia Militar tentou preservar a integridade física do torcedor.

“A SSP esclarece que todas as polícias de São Paulo são instrumentos do Estado Democrático de Direito e não pautam suas ações por orientações políticas. Entre as atribuições da Polícia Militar estão: proteger as pessoas, fazer cumprir as leis, combater o crime e preservar a ordem pública. No caso em questão, a conduta foi adotada para preservar a integridade física do torcedor, que proferia palavras contra o presidente da República, o que causou animosidade com outros torcedores, com potencial de gerar tumulto e violência generalizada. A pasta informa que não houve prisão, mas a condução dele por policiais militares ao posto do Juizado Especial Criminal (Jecrim), instalado dentro da Arena Corinthians, onde foi registrado boletim de ocorrência não criminal e depois liberado para voltar a assistir à partida de futebol.”

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