Contra o Chile, Brasil inicia longa caminhada rumo à Copa do Mundo de 2018
Sem Neymar, a Seleção encara nesta quinta, às 20h30, um dos adversários mais duros na caminhada para a Copa da Rússia
atualizado
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Sem Neymar, sua principal estrela e a rigor seu único craque, e sob desconfiança da torcida depois de fracassos recentes tanto no Mundial como na Copa América, a seleção brasileira dá início nesta quinta-feira (8/10) à longa caminhada para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. E o primeiro desafio já será muito duro: o adversário é o Chile, atual campeão continental, às 20h30 (de Brasília), no estádio Nacional de Santiago, que deverá ter todos os 46.500 lugares tomados.
Preocupação, ansiedade, mas também uma boa dose de otimismo marcaram a preparação do Brasil para a estreia. O técnico Dunga optou por montar um grupo experiente para esta largada – aproveitou cortes que foi forçado a fazer para convocar jogadores mais rodados – e garantiu que o time, mesmo com a pressão esperada por parte do Chile, não vai limitar-se a se defender.
“O futebol moderno mostra que só se defender não dá certo, com a qualidade que têm os atacantes, com os contra-ataques rápidos… Tem de atacar o adversário também”, disse Dunga. “Se ficar só se defendendo, uma hora o adversário te acerta”, completou, comparando o futebol ao boxe.
Compacta
Dunga pretende que o Brasil, nesta quinta, seja uma equipe compacta, que vai procurar tirar os espaços do adversário e atacar em velocidade. Ele assumiu a seleção logo depois da Copa do Mundo e até aqui a dirigiu em 16 partidas – 14 vitórias, 1 empate e 1 derrota. Mas foi mal na Copa América e estreia nas Eliminatórias com uma escalação bastante semelhante à que, nas mãos de Felipão fracassou no Mundial.
Do time que Dunga deverá mandar a campo, apenas o goleiro Jefferson, o zagueiro Miranda, o lateral-esquerdo Filipe Luís e o atacante Douglas Costa não jogaram na Copa do Mundo (Jefferson foi reserva). Todos os outros atuaram, a maioria deles como titular. E Neymar só não joga nesta quinta-feira por estar suspenso.
O treinador tenta encarar com naturalidade a desconfiança geral com o time e com seu próprio trabalho. Mas sabe que só existe uma maneira de mudar o quadro e conseguir credibilidade: “Só com vitórias, só ganhando. Sempre foi assim, com todos os treinadores, todas as seleções”, afirmou. No entanto, pediu paciência e apoio da torcida. “O jogador precisa de apoio, carinho, principalmente no momento que o jogo não estiver encaixando. Peço ao torcedor que entenda e tenha paciência para empurrar o time”.
Pragmatismo
Apesar de as vitórias serem o melhor caminho para “ganhar a torcida” e da promessa de que o time também buscará atacar, o empate na estreia não será desprezado pela seleção. “O principal é vencer, mas é importante somar o máximo de pontos possível. Considerando a força e a qualidade do adversário, se não der para vencer, o empate já é um bom começo”, admitiu o capitão Miranda, deixando claro o pragmatismo da atual seleção brasileira.
O discurso de que essas serão as Eliminatórias mais difíceis da história é unânime entre atletas e a comissão técnica. “Existem oito ou nove seleções em condições de brigar pelas vagas na Copa”, exagerou Miranda. Por isso, ele defende ser importante, nesta disputa que vai até 2017, utilizar a clássica fórmula de vencer jogos em casa e pontuar o máximo possível fora.
O lateral-direito Daniel Alves, no entanto, é um pouco mais ambicioso. Ele não despreza o empate, mas entende ser importante estrear com vitória por vários motivos – que passam por obter credibilidade diante da torcida e por aumentar a confiança da própria seleção. Por isso, ele considera bom negócio ter uma espécie de teste de fogo nesta estreia contra o Chile. “É um grande teste porque o Chile está em seu melhor momento e enfrentar um time assim vai ser bom para a gente ver em que nível estamos”, entendeu o jogador do Barcelona.
A possível ausência de Arturo Vidal na equipe chilena hoje é tratada sem muita empolgação pelos brasileiros. “Para nós não fará diferença, pois estamos preparados para enfrentar uma equipe e não um jogador”, disse Miranda.