Consórcio promete um novo Pacaembu menor, mas com esporte e cultura
Com a concessão à iniciativa privada por 30 anos, a prefeitura de São Paulo espera economizar R$ 656 milhões
atualizado
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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) assinou na manhã desta segunda-feira (16/09/2019) o contrato de concessão do estádio municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. O complexo esportivo, composto por uma piscina olímpica, duas quadras de tênis e ginásio poliesportivo, além do estádio de futebol, passará a ser administrado pelo Consórcio Patrimônio SP. No início do mês, ele depositou R$ 79,2 milhões dos R$ 115 milhões acordados e o restante será pagos dentro do período de concessão, que é de 30 anos.
Com a concessão, a prefeitura espera economizar R$ 656 milhões. “A outorga, valor pago pelo consórcio, foi de R$ 115 milhões. Quando a gente soma o valor que a prefeitura vai deixar de gastar com o Pacaembu e quanto vai arrecadar em ISS, pelos serviços que serão prestados aqui, o investimento do concessionário, a gente chega num montante de R$ 656 milhões de ganhos para a cidade de São Paulo. É um valor vultuoso”, afirmou Bruno Covas em entrevista coletiva.
As obras de modernização começam em 60 dias. Uma das principais alterações previstas é a demolição do tobogã, arquibancada inaugurada no início da década de 1970. No seu lugar deverá ser erguido um prédio de cinco andares, com 44 mil metros quadrados de área construída.
Apesar da assinatura, a demolição é polêmica. A Associação Viva Pacaembu abriu uma ação pedindo a análise pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pelos órgãos de conservação do patrimônio público (Conpresp e Condephaat). A praça Charles Muller e o Museu do Futebol ficaram fora da concessão.
O projeto prevê que o novo edifício tenha cafés, restaurantes, lojas, escritórios, espaços multifuncionais e o centro de convenções e eventos, construído no subsolo junto ao novo estacionamento. O térreo terá vista para o gramado e ao boulevard que será criado no local onde hoje fica o estacionamento do clube esportivo. Uma praça pública elevada irá conectar as ruas Desembargador Paulo Passaláqua e Itápolis.
“Vamos recuperar a vocação original do Pacaembu com esporte, cultura e, agora, também entretenimento. Será um complexo multifuncional”, afirmou Eduardo Barella, líder do consórcio.
O consórcio afirma que o Pacaembu vai continuar recebendo jogos de futebol. O número mínimo será de 15 por ano. Em 2019 já foram realizados 46 jogos, a maioria do futebol feminino. A seleção brasileira disputou um torneio amistoso no mês de agosto.
Com a demolição do tobogã, o estádio deverá ter a sua capacidade reduzida de 39 mil para 26 mil lugares. O evento desta segunda-feira contou com a presença de dirigentes dos quatros grandes clubes de São Paulo. “O Pacaembu vai continuar recebendo jogos de futebol. Nossa intenção é aumentar sua utilização nesse sentido”, disse Barella.