Com eleição, 26% dizem que “pegaram ranço” da “amarelinha” da Seleção
E para 14% o processo eleitoral abalou a relação mantida com a Seleção Brasileira. É o que mostra pesquisa exclusiva feita para o Metrópoles
atualizado
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Sabe-se agora que as eleições deste ano respingaram no futebol. Hoje, 26% dos brasileiros afirmam que “pegaram ranço” da camiseta “amarelinha” da Seleção Brasileira – por assim dizer, o traje “oficial” nas manifestações bolsonaristas. No mais, 14% apontam que a disputa nas urnas mudou em definitivo a relação que mantinham com a equipe nacional. Desse grupo, 5% consideram que esse vínculo melhorou. Para 9%, contudo, ele piorou.
É isso o que indica uma pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Travessia, de São Paulo, com exclusividade para o Metrópoles. O levantamento, de abrangência nacional, foi feito com uma amostra de mil pessoas, com idades a partir de 16 anos, por meio de entrevistadas por telefone entre os dias 9 e 10 de novembro.
Na avaliação de Renato Dorgan Filho, sócio e analista do Travessia, a conexão estabelecida pela enquete entre futebol e eleições é emblemática – e surpreendente. “Em grande medida, mostra o tamanho do grupo de eleitores mais radicais do presidente eleito Lula, o segmento antibolsonarista raiz, que não quer nem usar o uniforme amarelo da Seleção”, diz. “E acredito que uma relação tão sensível entre o esporte e a política só deve ter acontecido no Brasil em 1970, quando a Copa foi disputada em meio a uma ditadura militar.”
Mas nem tudo é desavença. A pesquisa mostra ainda que 57% dos brasileiros acreditam em uma vitória brasileira no Catar, conforme dado já divulgado pelo Metrópoles. As seleções da Alemanha e França são consideradas as maiores rivais do Brasil. Mas cada uma delas recebeu somente 8% dos palpites dos torcedores. A Copa começa no próximo domingo (20/11) e o Brasil estreia no dia 24 contra a Sérvia.