Clássicos brasileiros sofrem processo de “grenalização”
Clima bélico em Fla-Flu comprova que necessidade de imposição através da agressividade tem se tornado regra nos clássicos brasileiros
atualizado
Compartilhar notícia
O clássico Gre-Nal é sem dúvidas um dos maiores e mais importantes do Brasil. E ao longo das 433 partidas, a disputa entre Grêmio e Internacional ganhou características típicas. O vigor apresentado pelos jogadores, a forte disputa corporal e as confusões tonaram-se ingrediente tão típicos quanto o chimarrão e o churrasco para o povo rio-grandense.
No entanto, nos últimos anos, essa característica deixou a esfera do clássico vermelho e azul e passou a ser quase uma regra por todos os clássicos do país. Neste último domingo, no jogo entre Flamengo e Fluminense, isso ficou evidente. Pouco antes dos 10 minutos, depois que o juiz assinalou um pênalti após um suposto toque de Nino da área do Flu, um verdadeiro pandemônio se instaurou na área.
Jogadores trocando empurrões, medindo encaradas numa tentativa de tentarem validar ou invalidar a decisão na base do grito e da encarada. Vale destacar que as cenas mais agressivas não partiram de jovens jogadores, inexperientes e que tentam cravar seu nome entre os queridos da torcida, mas sim de experiente como Diego, Felipe Melo e Fred.
O clima se manteve durante a partida inteira, também por culpa da arbitragem que deixou isso se manter. David Braz se desentendeu com Gustavo Henrique, e depois Calegari e Vitinho acabaram sendo expulsos aos 35 minutos depois de quase chegarem as vias de fato.
Se sobraram brigas, faltaram lances de inspiração futebolística e bola na rede para comprovar que dão justificam o tamanho do clássico.
Mas essa situação não é exclusividade do encontro entre Tricolores e Rubro-negros. Palmeiras x Corinthians, Atlético-MG x Cruzeiro, Ponte Preta x Guarani e outras partidas importantes entre grandes rivais são lembradas mais pelas confusões protagonizadas por jogadores, do que pelo futebol jogado de fato.
Quando a característica se mantinha entre Gremistas e Colorados, atribuía-se ao ímpeto gaúcho, à proximidade com a Argentina e o Uruguai, onde essas cenas são recorrentes. Mas com a disseminação dessa necessidade de confronto em busca da supremacia dentro do clássico, a coisa mostrou-se como sempre foi: sem sentido.
Que os grandes clássicos brasileiros voltem a ser lembrados por goleadas, dribles históricos, golaços e lances com bola rolando.
Quer ficar por dentro de tudo que rola no mundo dos esportes e receber as notícias direto no seu Telegram? Entre no canal do Metrópoles: https://t.me/metropolesesportes