Champions: Neymar volta e tenta colocar o PSG em outro patamar
Ausente em 2018 e 2019 por conta de lesões, o brasileiro pretende ajudar o time de Paris a conquistar a tão sonhada orelhuda
atualizado
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Antes da entrega do Prêmio Laureus, em Berlim, Arsène Wenger, um dos técnicos mais conceituados do futebol europeu, comentou o retorno de Neymar ao Paris Saint-Germain na partida desta terça-feira (18/02/2020), diante do Borussia, nas oitavas de final da Liga dos Campeões, às 17h (horário de Brasília). “Quando Neymar está em campo, ele é fantástico. O problema é que, quando março chega, ele nunca está lá”, disse o ex-técnico do Arsenal.
A ironia do treinador francês resume a dúvida que paira sobre Neymar. Ele só esteve em um mata-mata importante de seu clube nas duas últimas temporadas. Ausente em 2018 e 2019 por conta de lesões, Neymar tenta fazer um ajuste de contas com seu passado recente.
Em sua terceira temporada no clube francês, Neymar ainda não conseguiu colocar o PSG — nem ele próprio — em outro patamar. Ele tem sete jogos — considerando-se as oitavas de final, quartas, semi e uma eventual final — para se reafirmar.
Se conduzir o PSG ao título será certamente lembrado como um dos candidatos para o prêmio de melhor jogador do mundo. Sucesso. Em um ano sem Copa do Mundo, no qual as atuações pelos clubes contam muito, ele pode chegar forte à briga.
Se fracassar, seu projeto de trocar o Barcelona pelo PSG para ser o melhor do mundo ficará pelo caminho mais uma vez. Fracasso. Obviamente o jogador contratado por 222 milhões de euros em 2017 ainda tem tempo, não se trata de vida e morte. Com 28 anos completados no dia 5 de fevereiro, ele terá mais chances pela frente de se recuperar. Mas é o retrospecto negativo, de ausências nos momentos decisivos, que torna o momento importante.
A história quase se repetiu pela terceira vez nesta temporada. Os franceses viveram dias de tensão com receio de que Neymar novamente fosse desfalque. Por causa de um problema na costela, o craque não atua desde o dia 1º de fevereiro. Ele ficou fora dos últimos quatro jogos, diante do Nantes, Lyon e Amiens, pelo Campeonato Francês, e Dijon, pela Copa da França. Mas ele está na lista dos jogadores convocados para a partida na Alemanha. Desde o início da temporada, esta foi a terceira lesão de Neymar.
Na disputa da Liga dos Campeões, o cenário é favorável para o time francês. Barcelona e Real Madrid não parecem imbatíveis. Juventus e Bayern não são dominantes nos torneios locais. O time a ser batido é, sem dúvida, o Liverpool, mas vai dividir as atenções com o Campeonato Inglês, sua obsessão na temporada.
Questionado pelo site da Fifa se o PSG é o mais poderoso das últimas temporadas, Neymar se esquivou. “Eu não diria que o mais poderoso, mas percebo um ambiente diferente, como com mais confiança, e isso ajuda muito no dia a dia”, afirmou.
Wagner Ribeiro, empresário responsável pela carreira de Neymar durante vários anos, obviamente aposta na recuperação do craque. “O momento do auge de qualquer jogador é disputar uma Champions. Para o Neymar, contratado pelo maior valor pago em uma transferência, a responsabilidade é grande, mas ele sempre correspondeu. E cresce mais ainda em jogos decisivos.”
Dentro de campo, Neymar voltou a ser protagonista. Nesta temporada, já são 13 gols e seis assistências em todas as competições. As boas atuações serviram para resgatar parte do prestígio perdido com a tentativa frustrada de se transferir para o Barcelona no início da temporada.
Vale lembrar que ele começou jogando sob vaias e xingamentos. Ele vem sendo notícia pelo que faz como jogador não como celebridade. O retrospecto do brasileiro com o PSG na Liga dos Campeões enche os franceses de otimismo: são nove gols em 15 jogos e só três derrotas.
Mas houve um escorregão. De acordo com jornal francês L’Équipe, a festa de aniversário do craque aconteceu no dia 2 de fevereiro na casa noturna Yoyo, que fica no 16° arrondissement de Paris. Trata-se de um clube moderno, que acolhe regularmente eventos musicais, culturais ou festas particulares e pode acomodar até 800 pessoas.
O traje obrigatório era o branco. O diretor esportivo Leonardo, o técnico Thomas Tuchel e o presidente Nasser Al-Khelaïfi não estiveram presentes. Tuchel já havia dado a entender que não iria à festa, alegando que ela é “uma distração” e que “faz parecer que nós não somos sérios”.
Fontes ligadas à diretoria do clube afirmam que Leonardo fez um pacto com Neymar e pediu três meses de concentração, sem carnaval, para o time chegar à final.