Champions League fez coronavírus explodir na Itália, diz médico
Partida entre Atalanta x Valencia, em 19 de fevereiro, reuniu 45 mil pessoas no estádio. Até então, nenhum caso tinha sido registrado
atualizado
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A partida entre Atalanta e Valencia, disputada em 19 de fevereiro e válida pelas oitavas de final da Champions League, está entre as razões apontadas por um médico espanhol para a proliferação massiva do coronavírus na Itália.
De acordo com o médico-infectologista Francesco Le Foche em Roma, em entrevista ao jornal Corriere dello Sport, a migração de quase 50 mil pessoas entre uma cidade e outra da Itália até se concentrar no mesmo estádio pode ter ocasionado em uma explosão do contágio.
“Devo imaginar que quase todos os que foram a esse jogo estavam, provavelmente, assintomáticos e febris. Passou um mês desde aquele jogo. Os tempos são relevantes. A reunião de milhares de pessoas, a dois centímetros uma da outra, ainda mais associada às manifestações compreensíveis de euforia, gritos, abraços, pode ter favorecido a replicação viral”, afirmou Le Foche.
“Torneranno a sventolar le bandiere, torneranno i tamburi a rullar…”#BergamoMòlaMia ??#VCFAtalanta #UCL#GoAtalantaGo ⚫️? pic.twitter.com/p5Bpt2bdec
— Atalanta B.C. (@Atalanta_BC) March 10, 2020
O médico destacou o fato de a partida ter sido disputada em Milão, a cerca de 50km da cidade de Bérgamo, sede do Atalanta. O clube italiano não pôde disputar a partida em sua casa oficial porque o estádio não comportava o número mínimo de pessoas para as oitavas de final.
“Bergamo é uma área muito ativa no mundo das trocas econômicas e mídia social. Um terreno ideal para o vírus. Falamos antropologicamente de pessoas que sempre foram muito ativas, espartanas, com uma grande cultura de trabalho e uma tendência a subestimar e, portanto, negligenciar doenças que parecem sazonais”, completou Le Foche.