CBF pede e Fifa pode punir clubes que não liberaram atletas ao Brasil
Contrariada, a CBF pediu à Fifa que puna Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Leeds United
atualizado
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Os clubes ingleses que não liberaram atletas brasileiros convocados por Tite para a Seleção Brasileira para a disputa da rodada tripla de setembro das Eliminatórias para a Copa do Mundo do Catar podem ser punidos. Essa medida também vale para o Zenit, da Rússia, por ter pedido o retorno de Claudinho e Malcom quando eles já treinavam em São Paulo com o grupo.
Contrariada, a CBF pediu à Fifa que puna Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Leeds United, além do Zenit, por terem se recusado a liberar os jogadores para as Eliminatórias. A informação sobre a sanção ao clube russo foi dada pelo jornalista brasileiro Fábio Aleixo, radicado em Moscou.
O regulamento da Fifa indica que há obrigação de cessão de atletas para as seleções nacionais. Caso isso não aconteça, eles ficam impedidos de entrar em campo por cinco dias após a Data Fifa, que, neste caso, termina nesta quinta-feira (9/9).
Na prática, os clubes ingleses em questão e o Zenit podem ficar proibidos de escalar esses jogadores até terça-feira, dia 14, da próxima semana. Os jogadores impactados devem ser Alisson, Fabinho e Roberto Firmino (Liverpool), Ederson e Gabriel Jesus (Manchester City) Thiago Silva (Chelsea), Fred (Manchester United), Raphinha (Leeds United), Claudinho e Malcom (Zenit).
Thiago Silva, Fred, Claudinho e Malcom, inclusive, perderiam jogos da Liga dos Campeões na próxima terça-feira (14/9), dia em que o Chelsea recebe o Zenit em Londres e o Manchester United visita o Young Boys na Suíça.
A CBF tem bom relacionamento com o Everton desde a liberação de Richarlison para a disputa da Olimpíada de Tóquio. Portanto, o atacante não deve desfalcar o seu clube, que não receberá uma sanção.
Os clubes ingleses se recusaram a ceder os jogadores pelo fato de Brasil integrar a lista vermelha de países em alto risco de contágio do novo coronavírus, o que obrigaria a todos passarem dez dias em isolamento no retorno ao Reino Unido, sem a possibilidade de participação em treinamentos ou jogos durante este período.
Os clubes ingleses não se posicionaram por enquanto, mas, segundo o jornal The Guardian, estão esperançosos de utilizar os atletas brasileiros na rodada deste fim de semana da Premier League. Ao jornalista Fábio Aleixo, o Zenit confirmou que recebeu a notificação da Fifa e afirmou estar “extremamente preocupado com a situação atual”.
“Não recebemos explicações claras, e vemos uma ameaça real de violação do princípio do esporte, uma vez que várias equipes participantes de competições europeias foram a priori confrontadas com a opção de liberar ou não permitir que seus jogadores fossem para a seleção”, argumento o clube da Rússia em comunicado. “Acreditamos que o futebol deve estar em primeiro lugar e que todas as seleções, clubes e jogadores devem estar em pé de igualdade.”
Ao contrário dos brasileiros, alguns atletas sul-americanos que jogam na Inglaterra puderam servir suas seleções. A Argentina pôde contar com Emiliano Martínez e Emiliano Buendía, do Aston Villa, e Cristian Romero e Giovani Lo Celso, do Tottenham. No entanto, o quarteto foi o centro da grande polêmica que provocou a suspensão do clássico com o Brasil por, segundo a Anvisa, terem infringido a lei sanitária brasileira ao “prestarem informações falsas” na declaração de saúde do viajante apresentada às autoridades, e omitirem que estiveram no Reino Unido nos últimos dias.
A portaria interministerial nº 655, de junho de 2021, estabelece que viajantes estrangeiros que tenham passagem, nos últimos 14 dias, por Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia estão obrigados a cumprir quarentena para evitar a disseminação de novas variantes do coronavírus. Os quatro atletas foram dispensados da seleção argentina e não enfrentam a Bolívia nesta quinta.