Candangão 2018: 12 times vão disputar o caneco de campeão da temporada

Vítor de Moraes – Especial para o Metrópoles

Vira o ano, a luta continua. Mesmo com alguns problemas de última hora, começa neste sábado (20/1) o Campeonato Brasiliense. O início do Candangão 2018, com 12 times, é marcado por comunicado publicado no site da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), entidade que precisou lidar com o atraso na liberação de estádios para o início do torneio, até menos de 24 horas antes do pontapé inicial.

Na noite de sexta-feira (19), a situação foi, enfim, resolvida. Todas as arenas do Candangão estão liberadas para receber os torcedores. “Neste momento, tudo está certo. Podemos respirar e falar que está tudo certo”, comemora Márcio Coutinho, diretor técnico da FFDF.

Caso a entidade decidisse ignorar a necessidade de laudos de segurança, seria aplicada multa de R$ 30 mil por partida. As alterações exigidas para obtenção dos documentos foram feitas pelos clubes e pelo Governo do Distrito Federal, administrador dos estádios do DF.

Para Coutinho, a burocracia atrasou a liberação das arenas. “Uma pessoa vai vistoriar o estádio e faz uma exigência. Depois, outra vai e faz outra demanda. Isso vai dificultando o trabalho.”

A indefinição levou o Samambaia a protocolar, na última quarta-feira (17), pedido para mandar seus jogos na arena municipal Vila Olímpica, em Urucuia (MG), onde fez a pré-temporada. O Rorizão, porém, agora poderá ser a casa do clube.

Favoritismo
Com a situação resolvida, as partidas inaugurais serão disputadas neste sábado (20), às 17h: Santa Maria x Luziânia, Ceilândia x Paranoá e Paracatu x Samambaia. No domingo (21), enfrentam-se Sobradinho x Formosa, Brasiliense x Real e Gama x Bolamense.

Os holofotes desta edição estão voltados para o Brasiliense. Atual campeão, o Jacaré busca o notável 10º título candango, desta vez mandando seus jogos no Mané Garrincha. A manutenção de 19 jogadores, além da contratação de reforços, dá ao Brasiliense o favoritismo. O clube, no entanto, evita a condição e prega o respeito aos demais competidores, que também contrataram para a temporada.

Há algumas atrações para quem está curioso em relação à edição 2018 do Candangão. O Brasiliense tem nomes conhecidos nacionalmente, como o atacante Reinaldo (ex-Flamengo), o meia Souza (ex-São Paulo) e, agora, outro ex-tricolor, o lateral-direito Cicinho.

O Brasiliense estreia no domingo (21), contra o Real, no Mané Garrincha, às 16h. Cicinho não foi confirmado para o jogo inaugural – ele não atua desde abril de 2016. Seu último time foi o turco Sivasspor.

O comando está nas mãos de Rafael Toledo, 38 anos. Ele foi treinador interino do Brasiliense, depois acabou efetivado e, no primeiro ano, conquistou o título aguardado pelo clube há quatro temporadas.

Na avaliação do técnico, o restante do elenco está fisicamente pronto. “Fizemos uma preparação específica, principalmente nos amistosos, que nos dá uma noção de como estamos. Respondemos bem”, opina Toledo.

Campeão em 2017, o treinador está confiante. Ele assumiu interinamente a vaga de Luis Carlos, que deixou o time em março do ano passado, durante o campeonato. Segundo Toledo, alguns ajustes de postura foram feitos, e o título foi conquistado.

“Trouxe um legado do Luis Carlos, e deu certo. O Brasiliense é um clube grande, por isso me sinto pressionado. Tenho certeza de que estou mais do que pronto para conduzir meu grupo”, analisa o técnico.

Outros candidatos
Rival do atual campeão, o Gama contratou o veterano Lúcio, de 39 anos, ex-jogador da seleção brasileira de futebol. O zagueiro fez parte do elenco gamense em 1997, ano em que não teve espaço no clube.

“Estou muito feliz por estar no Gama novamente, depois de 20 anos. Estou conhecendo o grupo e, sem dúvida, muito feliz com essa oportunidade, por voltar a jogar futebol no ano de 2018. Juntos, vamos ficar mais fortes”, afirmou Lúcio, em seu primeiro treino com o alviverde.

Além dos tradicionais Brasiliense e Gama, o Candangão deste ano terá outros 10 times: Bolamense, Ceilândia, Formosa, Luziânia, Paracatu, Paranoá, Real, Samambaia, Santa Maria e Sobradinho.

O Ceilândia, vice-campeão em 2016 e em 2017, corre por fora pelo título. Para isso, o alvinegro contratou dois nomes muito ligados à cidade: Dimba e Cassius. Eles foram responsáveis pelo ataque do time campeão em 2010 e 2012.

A dupla, entretanto, trabalhará fora do campo: um como diretor-executivo, e o outro como integrante da comissão técnica, respectivamente.

Mas o Ceilândia perdeu jogadores importantes na última temporada. O Brasiliense levou o meia Felipe Cirne, o zagueiro Badhuga e o atacante Romarinho.

O Samambaia chega ao Candangão como quem volta de uma longa viagem. A última participação na Primeira Divisão foi em 1998.

Demissão
Surpreendentemente, às vésperas da primeira rodada, o Samambaia demitiu o técnico Antônio Dumas. A diretoria ficou insatisfeita com as derrotas nos amistosos contra Anapolina e Formosa. O auxiliar Fiúza assume o comando interinamente.

Os brasilienses poderão, ainda, aproveitar o Candangão para se despedir do volante Baiano. O ex-jogador de clubes como Palmeiras e Boca Juniors vestirá o uniforme do Real em sua última temporada como profissional.

Regulamento
O Campeonato Brasiliense terá turno único na primeira fase, a de grupos. Os clubes se enfrentam e, em seguida, os oito melhores partem para as quartas de final. Os dois últimos caem para a Segundona.

Nas etapas seguintes (quartas e semifinais), as equipes com melhor campanha na primeira fase jogarão pelo empate no placar agregado e mandarão o segundo jogo em casa.

A decisão terá duas partidas, e os finalistas não acumulam vantagem. Caso haja empate no placar agregado, o troféu irá para o vencedor da disputa de pênaltis.

Primeira rodada do Candangão 2018:

Sábado (20/1)

17h – Santa Maria x Luziânia

17h – Paracatu x Samambaia

Domingo (21/1)

11h – Sobradinho x Formosa

16h – Brasiliense x Real

17h – Gama x Bolamense

*O Paranoá só irá estrear na segunda rodada, porque o Ceilândia disputa a Copa Verde no domingo, contra o Corumbaense (MS).