Camisa azul que Brasil usará surgiu de time argentino e já ganhou Copa
A 1ª vez que o Brasil utilizou a cor azul foi no Sul-Americano de 1936, disputado na Argentina, contra o Chile. A camisa era do Boca Juniors
atualizado
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O Brasil entra em campo nesta sexta-feira (2/12), às 16h, contra o Camarões, pela última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo do Catar. Com o mando de campo dos africanos, a Canarinho estreia o novo uniforme azul na competição.
Apesar de ser a camisa reserva, a cor que já conquistou essa competição em 1958, contra a Suécia, tem ótimo retrospecto e surgiu ao acaso por conta de um time argentino.
A primeira vez que o azul cruzou o caminho do Brasil foi no Sul-Americano de 1936-37, disputado na Argentina. A Seleção foi a campo no Estádio La Bombonera, do Boca Juniors, para enfrentar o Chile, mas as duas nações utilizavam a cor branca. Por conta disso, um sorteio foi feito e os chilenos ficaram com o direito de utilizar a camisa principal.
Como não era comum uma camisa reserva naquela época, nossos representantes precisaram improvisar. Assim, o Brasil fez um empréstimo com os donos da casa e, por conta disso, entrou com a cores azul e amarela. O resultado foi muito satisfatório: 6 x 4.
No mesmo torneio, nossa Seleção utilizou o vermelho do Independiente contra o Peru e também venceu: 3 x 2.
Entretanto, o azul só foi adotado de forma oficial na Copa de 1958, disputada na Suécia. Segundo informações, o Brasil também não tinha uma camisa reserva e, em uma eventual disputa contra os donos da casa, esses eram obrigados a mudar a cor por conta da facilidade em alterar o uniforme.
Porém, os suecos se recusaram a alterar a coloração durante a decisão contra a Seleção.
Inspiração em Nossa Senhora
Com a negativa da Suécia, o Brasil precisou correr atrás de outra cor para disputar a final da Copa do Mundo. O branco foi cogitado pela comissão por conta de Paulo Machado Carvalho, que dá nome ao estádio do Pacaembu, ser supersticioso e não querer utilizar a coloração.
Dessa maneira, como era religioso e devoto de Nossa Senhora Aparecida, o azul foi o escolhido. O tom foi utilizado para vestir a imagem da padroeira encontrada no Rio Paraíba do Sul, em 1717.
Assim, Paulo teria dito que a Seleção estava abençoada e que venceria a final de 1958. O manto contou com a logo da Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF, e a numeração amarela, que foi retirada do uniforme amarelo do Brasil. Entretanto, há outras versões sobre a história.
Algumas pessoas dizem que a cor já estava escolhida como a reserva da Amarelinha e que a história foi uma invenção apenas para tranquilizar os jogadores em campo.
Em 2010, Zagallo concedeu uma entrevista ao Bom Dia, Brasil e deu a entender que a história sobre Nossa Senhora foi apenas para motivar os atletas.
“Falaram que era o manto de Nossa Senhora, para quebrar aquela coisa de azar com a cor da camisa. Foi azul porque a Suécia jogava com camisa amarela. A camisa foi feita lá. Apenas o bordado foi tirado e colocado de improviso. Acabou sendo uma alegria para nós”, contou.
Retrospecto positivo
Apesar de ser a camisa 2 desde então, o uniforme azul foi utilizado em apenas 11 oportunidades e conta com somente duas derrotas, ambas para a Holanda: em 1974 e em 2010. Além disso, conta com um empate: 1994, contra a Suécia.
Nas outras oito vezes que foi a campo, a cor deu sorte e trouxe a vitória. Confira a lista completa de jogos da vestimenta reserva do Brasil:
Brasil 6 x 5 Polônia – Copa do Mundo de 1938
Brasil 5 x 2 Suécia – Copa do Mundo de 1958
Brasil 2 x 1 Argentina – Copa do Mundo de 1974
Brasil 0 x 2 Holanda – Copa do Mundo de 1974
Brasil 3 x 1 Polônia – Copa do Mundo de 1978
Brasil 1 x 1 Suécia – Copa do Mundo de 1994
Brasil 3 x 2 Holanda – Copa do Mundo de 1994
Brasil 1 x 0 Suécia – Copa do Mundo de 1994
Brasil 2 x 1 Inglaterra – Copa do Mundo de 2002
Brasil 1 x 2 Holanda – Copa do Mundo de 2010
Brasil 2 x 0 Costa Rica – Copa do Mundo de 2018