Bulgária anuncia técnico após escândalo de racismo e goleada
Georgi Dermendzhiev, substituto de Balakov, trabalhou por sete temporadas na comissão técnica do Ludogorets Razgrad, da Bulgária
atualizado
Compartilhar notícia
Três dias depois do pedido de demissão do técnico Krasimir Balakov, que acabou deixando o cargo após uma derrota por 6 x 0 para a Inglaterra e um escândalo de racismo e discriminação ocorrido neste confronto válido pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2020, a Bulgária anunciou a contratação do seu novo treinador nesta segunda-feira (21/10/2019). Trata-se de Georgi Dermendzhiev, de 64 anos.
O acerto com o comandante foi confirmado pelo vice-presidente da Federação Búlgara de Futebol (BFU, na sigla em inglês), Yordan Lechkov, ex-jogador que foi um dos destaques da histórica campanha em que a seleção do país conquistou o quarto lugar na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.
“Georgi Dermendzhiev é o novo técnico da Bulgária. Tudo está acertado e ele já é o treinador da equipe nacional. Amanhã finalizaremos as coisas com os documentos”, informou o dirigente ao comentar sobre o nome escolhido para assumir o posto.
O substituto de Balakov trabalhou por sete temporadas na comissão técnica do Ludogorets Razgrad, da Bulgária, sendo três delas como assistente e outras quatro como treinador. Neste período, a equipe foi campeã búlgara por sete anos consecutivos, entre 2011 e 2017. E, no âmbito continental, ele conseguiu o feito de conduzir o time a se tornar o primeiro da história do seu país a conquistar uma vitória em um confronto válido pela fase grupos da Liga dos Campeões, em 2014, quando obteve um triunfo sobre o Basel, da Suíça.
Dermendzhiev assumirá uma seleção búlgara que ocupa hoje a lanterna do Grupo A das Eliminatórias da Eurocopa, com apenas três pontos em sete partidas disputadas. Com o péssimo retrospecto, a seleção não tem chance de se classificar para o torneio continental e apenas tentará fazer um final digno de campanha no próximo dia 17 de novembro, quando encara a República Checa, em casa, pela última rodada da chave.
No duelo do último dia 14 contra a Inglaterra, em Sofia, capital da Bulgária, a equipe anfitriã foi atropelada pelos visitantes e o confronto chegou a ser interrompido por duas vezes no primeiro tempo por causa de cânticos racistas e saudações nazistas dos torcedores búlgaros.
Os atos racistas foram condenados por políticos e dirigentes esportivos da Inglaterra e até pelo primeiro-ministro da Bulgária, Boyko Borisov, que pediu a demissão do presidente da BFU, Borislav Mihailov. E, pressionado, ele anunciou a sua renúncia ao cargo na terça-feira da semana passada.
A estreia Dermendzhiev à frente da seleção búlgara ocorrerá no próximo mês, em amistoso contra o Haiti, pouco dias antes do duelo com a República Checa pelas Eliminatórias da Eurocopa. E antes de assumir o cargo, o treinador exibiu otimismo ao projetar o futuro da equipe nacional.
“A Bulgária não é a única seleção que está perdendo jogos. O coisa importante agora é trabalhar duro e dar o nosso melhor para elevar o nível da equipe”, afirmou o técnico, em entrevista para a mídia búlgara, na qual depois destacou que é preciso encarar o desafio sem temer o possível fracasso. “Estou ciente da situação atual. Não será fácil, mas lutaremos. Quem tem medo de ursos não deve andar no floresta”, completou.