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Brasiliense confia em técnico de 29 anos para retornar à Série C

Conheça Luan Carlos Neto, treinador do Jacaré, que faz parte de uma nova mentalidade, com mentes mais jovens no comando do clube

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André Gomes/Brasiliense FC
Luan Carlos, técnico do Brasiliense
1 de 1 Luan Carlos, técnico do Brasiliense - Foto: André Gomes/Brasiliense FC

Com apenas 29 anos, idade considerada precoce para um treinador de futebol, o técnico Luan Carlos é a aposta do Brasiliense na Série D do Campeonato Brasileiro.

Mas apesar da pouca experiência, que muitos julgam necessária para comandar um time de futebol, Luan já tem um vice-campeonato goiano no currículo e tenta compensar a pouca idade com a busca por conhecimento. Saiba mais sobre o jovem e novo comandante do Jacaré:

Início

A trajetória de Luan Carlos começou na cidade goiana de Ipameri, onde nasceu. Como todo jovem, iniciou no futebol como jogador nas categorias de base do clube. Mas não era dentro de campo que ele via seu futuro, e sim fora dele: na área técnica. Aos 14 anos de idade, Luan decidiu ser treinador de futebol.

Roupeiro, mordomo… A profissão recebe nomes diferentes em alguma regiões do país. Mas foi assim que o garoto iniciou sua busca rumo ao sonho de segurar a prancheta: auxiliando o profissional que cuida dos uniformes e dos vestiários dos clubes.

Convivendo diariamente com o esporte e acompanhando o trabalho de treinadores, rapidamente já havia decidido aonde queria chegar no futebol. E foi atrás de conhecimento para alcançar seu objetivo.

“Comecei no futebol de uma forma diferente.  Desde a minha infância estive ligado ao esporte. Desde criança eu jogava no clube, mas só que com 14 anos eu quis ser treinador de futebol. Aos 15 anos me tornei auxiliar de rouparia no Novo Horizonte, time da minha cidade. Eu tinha contato com os treinadores e me apaixonei pelo processo. Decidi que faria educação física e que seria minha porta de entrada para o futebol”, conta.

Experiência e conhecimento

Luan iniciou o curso aos 16 anos e com 19 já havia se tornado um educador físico. E a graduação foi realmente a porta de entrada, de fato, no futebol. O goiano se especializou também em fisiologia e psicologia no esporte e fez os cursos de formação de treinadores da CBF.

O hoje comandante do Brasiliense começou como preparador físico e aos 23 anos já iniciava a caminhada como treinador, também no Novo Horizonte. Depois disso teve passagens pelo futebol do Nordeste e retornou a Goiás. Antes, fez estágios em Portugal (Benfica e Sporting) e na Rússia.

Fã de José Mourinho e Jorge Jesus, Luan tenta aplicar os conhecimentos adquiridos nos clubes onde trabalha. Além dos dois vitoriosos treinadores, o técnico do Jacaré é apreciador do trabalho do também português Manuel Sérgio, filósofo do esporte, que foi professor do Special One e auxiliar do treinador multicampeão com o Flamengo.

“O Manuel diz que o futebol antes de uma atividade física é uma atividade humana. Então levo isso como uma filosofia de vida para a minha profissão, porque antes de lidar com jogadores eu lido com pessoas, que têm seus conflitos pessoais, suas dificuldades, seus interesses e ambições, e preciso lidar com isso. E quem não entende de pessoas não entende de futebol”, diz.

E aos 29 anos, ele avalia que o futebol brasileiro ainda necessite de mais conhecimento e ideias novas, independentemente da idade de dirigentes e treinadores. “Uma das poucas certezas que temos na vida é de que nós vamos conviver com mudanças diárias. E uma forma de se adaptar a isso é buscando conhecimento. Acredito muito no conhecimento científico. Independentemente de serem mentes jovens ou não, é necessário que você tenha ideias novas. Acredito que o futebol brasileiro carece da produção de conhecimento científico. Hoje nós até temos mais do que antes, mas é necessário que se tenha mais para que possamos qualificar nosso desporto por meio do conhecimento e do investimento nesse conhecimento”, aponta Luan.

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Com 24 e 29 anos, respectivamente, Luiza Estevão e Luan Carlos são as mentes jovens do Brasiliense
A busca por conhecimento e o desempenho em clubes anteriores foram fatores preponderantes para a contratação do jovem treinador
No sábado (4/9), o Brasiliense decide a vaga na próxima fase da Série D
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O técnico tem no currículo um vice-campeonato goiano

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Com 24 e 29 anos, respectivamente, Luiza Estevão e Luan Carlos são as mentes jovens do Brasiliense

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A busca por conhecimento e o desempenho em clubes anteriores foram fatores preponderantes para a contratação do jovem treinador

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No sábado (4/9), o Brasiliense decide a vaga na próxima fase da Série D

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Mentes jovens no Jacaré

Após a saída para se dedicar ao estudo e ao estágio na Europa, Luan retornou ao Brasil e teve trabalhos excelentes sem ao menos completar três décadas de vida. Passou por clubes como Grêmio Anápolis, Atlético Cearense e Floresta-CE antes de chegar ao Goianésia, onde foi vice-campeão goiano caindo para o Atlético-GO, nos pênaltis. Atualmente estava no Brusque-SC como auxiliar técnico na disputa da Série B.

A busca por conhecimento e a vontade de vencer foram fatores fundamentais para a chegada do precoce, mas promissor treinador ao Brasiliense. “O Luan é uma pessoa que eu acompanho há muito tempo. É um cara que me impressionou nos times do Nordeste que ele passou, mas especialmente no Campeonato Goiano”, revela Luiza Estevão, presidente do Jacaré.

Uma das mentes jovens no Jacaré, Luiza, aos 24 anos, esteve presente na retomada de conquistas do Brasiliense, com o 10º título do Candangão e a taça inédita da Copa Verde, como triunfos recentes. “Essa questão dele ser novo não foi na verdade a primeira coisa que passou pela minha cabeça, mas sim a competência em conduzir todos esses times”, diz.

“O mais importante para mim é que o Luan não foi jogador. No Brasil os técnicos primeiro são jogadores, depois vão se especializar, depois pegam uma base para treinar, depois viram treinadores profissionais. Até lá eles já têm 50 anos. Ele tem 29. Lê muito, estuda muito, se dedica 100% a isso. E realmente o mais importante disso é que independente da pouca idade dele, igual à minha, igual a do Ícaro, com 21 (analista de desempenho) ou do Rodrigo, com 14 (estagiário de mídia), são pessoas que têm muita vontade e muitas ideias e não têm vícios, e é isso que espero no Brasiliense. Nós somos um time, somos uma família e espero que de muito mais sucesso. E espero que eu e o Luan, com nossas idades agregadas de 53 anos, quem sabe a gente consiga conquistar mais que muito técnico e muito dirigente por aí”, finaliza a cartola do Brasiliense.

Decisão

Agora, Luan tem o desafio de levar o Brasiliense a mais um mata-mata da Série D e tentar o retorno à Série C. “Aceitei o convite do Brasiliense porque é um clube de expressão nacional, um clube reconhecido em todo o território nacional, de uma camisa muito pesada e que essa seria uma grande oportunidade para minha vida. Infelizmente cheguei em um momento com muita dificuldade, faltando poucos jogos para encerramento da primeira fase. E é difícil implementar um trabalho em pouco tempo. Mas nós vamos buscar a classificação. Futebol demanda tempo, e tempo a gente não tem, e é o que torna o desafio ainda maior. Então eu estou abraçando como a chance da minha vida”, encerra o jovem comandante do Jacaré.

Com uma derrota e uma vitória em dois jogos no comando do Brasiliense, Luan terá mais uma batalha pela frente: o Brasiliense enfrenta justamente o Goianésia na última rodada da primeira fase do grupo A5 do certame nacional, clube pelo qual o treinador foi vice-campeão goiano em 2020.

Os dois times estão com 20 pontos, na quarta e quinta colocações, com o Jacaré levando vantagem nos critérios de desempate. Os adversários regionais se enfrentam neste sábado (4/9) em Goianésia-GO, valendo a vaga na próxima fase e para manter vivo o sonho de acesso do time do Distrito Federal.

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