Brasiliense acolhe cães abandonados e animais viram mascotes do clube
Cachorros moravam no Serejão, estádio onde o time manda seus jogos durante o Candangão
atualizado
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Quando a diretoria do Brasiliense chegou ao Elmo Serejo Farias, em Taguatinga, para realizar a reforma do estádio em meados de 2018, os funcionários do clube foram recebidos por vários cachorros que tinham o Serejão como seu lar. Companheiros inseparáveis dos vigilantes responsáveis pela segurança do espaço, os animais foram acolhidos por representantes do time e hoje viraram mascotes.
A diretora do Brasiliense, Luiza Estevão, lembra do estado em que os animais foram encontrados pelos funcionários: “Estavam cheios de carrapatos, anêmicos e muitos sofriam com vermes”. Procurando conscientizar a população para a causa e oferecer melhores condições de vida aos bichinhos, a dirigente decidiu levá-los a uma clínica veterinária.
Na clínica, os cães receberam tratamento especial. De acordo com a veterinária responsável pela recuperação dos cachorros, Claudia Godoi, muitos apresentavam magreza extrema, pois não se alimentavam direito. “Na época, fizemos exames de sangue, demos medicação para vermes e anemia. Também os vacinamos e castramos”, lembra.
Antes de a diretoria do clube ter tomado a decisão de acolhê-los, os cães eram alimentados graças aos seguranças do estádio, que dividiam as marmitas com os animais. A chegada do time ao local gerou certo temor por parte dos vigilantes. “Não iríamos tirá-los daqui, mas logo vimos que eles ficaram com medo de os expulsarmos”, explicou Luiza.
O cachorro faz muito bem para qualquer pessoa e queremos mostrar que adotar é o melhor negócio. É uma combinação perfeita: uma casa para um cachorro e uma companhia para quem adota
Luiza Estevão, diretora do Brasiliense
A permissão para que os cães continuassem no local foi comemorada pelos vigilantes. Nascidos e criados na área do estádio, os cachorros têm papel fundamental para garantir a segurança da arena, além de fazerem companhia aos funcionários durante o dia.
Na época eram sete cães, mas hoje restaram três: Linguiça, Nyssa e um macho que, por enquanto, não tem nome. Os demais foram doados pelo Brasiliense. “Quando você resgata um animal, você muda a vida deles. Mas quantos ainda não estão na rua precisando de ajuda? Com esse gesto, queremos servir de exemplo e conscientizar a população”, contou Rafael Mota, responsável pelo adestramento dos animais.