Brasileiros driblam crise para conferir jogos da Copa na Rússia
Agências de turismo credenciadas pela Fifa sinalizaram boas vendas. Contudo, fãs do Mundial também organizaram roteiros para economizar
atualizado
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A contagem regressiva para a Copa do Mundo de 2018 começou e alguns torcedores brasileiros não poupam esforços para conseguir conferir a série de jogos de perto, nos estádios da Rússia, sede do Mundial deste ano. Mesmo em tempos de crise econômica – período de aumento de preços e, consequentemente, de restrição de gastos pelos consumidores –, o Brasil é o terceiro país que mais reservou ingressos para assistir às partidas de futebol do evento, de acordo com o ranking da Federação Internacional de Futebol (Fifa).
Até 7 de junho, os fãs da Seleção Brasileira solicitaram 72.512 entradas. O país só perde para a Rússia, primeira colocada no ranking e sede da Copa (871.797 ingressos), e para os Estados Unidos, com 88.825 bilhetes reservados para o evento. Os números podem crescer, pois a última etapa de venda ainda não acabou. Interessados ainda conseguem solicitar tíquetes para o Mundial até 15 de julho.
[relatedposts8 id=%%POST_ID%%][/relatedposts]Um dos torcedores brasileiros que assistirão aos jogos nos estádios russos e tentarão acompanhar cada gol feito pela equipe escalada por Tite, técnico da Seleção Brasileira, é o servidor público brasiliense Bruno Madeiro, 27 anos. Ele organiza a viagem com um grupo de amigos desde 2017.
“Quando me chamaram para viajar, não pensei duas vezes. Pesquisamos muito e fechamos a viagem. É a primeira vez que consigo assistir a uma Copa do Mundo fora do país”, afirmou. “Nós checamos preços e tentamos ver uma maneira mais barata para chegar até a Rússia. O voo direto custa mais. Compramos trechos. Deixamos de fazer alguns gastos desnecessários para conseguir alcançar esse objetivo”, completou.
De Brasília, rumo à Rússia:
Outro torcedor que resolveu driblar os altos custos das passagens vendidas em alta temporada é o administrador Rodrigo Teixeira, 36 anos. Ele também se planejou estipulando metas de economia de gastos, com antecedência, e vai conseguir, inclusive, fazer turismo por mais dias no território russo.
“Tudo começou com oito amigos que queriam viajar para assistir aos jogos da Copa. Criamos um grupo no WhatsApp e organizamos quase tudo por lá. Agora, somos um time de 16 pessoas”, disse. “Pesquisamos o preço de tudo: passagens, hospedagem, valor do euro etc. Conseguimos comprar meses antes tudo que era necessário e reduzimos os custos pela metade”, destacou.
O torcedor Irineu Saviotti, 34 anos, recomenda a quem tem o mesmo sonho fazer planilhas de despesas diárias e pesquisas sobre a localização dos hotéis e hostels. “Nem sempre a opção de hospedagem mais barata é mais viável. Talvez seja mais interessante conseguir um hotel um pouco mais caro, mas que fica próximo de áreas centrais. Assim, você economiza no transporte e pode caminhar para qualquer lugar”, enfatizou. “No caso da alimentação, você pode comprar comida e cozinhar no apartamento, caso encontre um para alugar. É possível economizar”, concluiu.
Agências credenciadas
De acordo com as principais companhias de turismo credenciadas pela Fifa para comercializar pacotes de viagens para a Rússia, a procura dos torcedores brasileiros por roteiros tem atendido as expectativas.
Uma das empresas consultadas pelo Metrópoles foi a Stella Barros, que realiza esse tipo de venda desde a década de 1960. Segundo a CEO da companhia Renata Franco cerca de 1,2 mil passeios foram adquiridos por brasileiros até o momento.
“As vendas começaram em março de 2017 e estão dentro das expectativas. Até o momento, o faturamento da edição da Rússia é o maior”, destacou. Os pacotes mais vendidos são para o período da primeira fase e entre a semifinal e a final do torneio. Contudo, a oferta está no fim, pois “não há mais disponibilidade de hotelaria”, completou Renata.
A operadora informou que há opções completas e econômicas. Quem faz questão de conferir as partidas de futebol ao vivo e conhecer Moscou e São Petersburgo, por exemplo, pode optar pelo roteiro que inclui hospedagem, café da manhã, transporte do hotel até o estádio e vice-versa, além de city tour panorâmico e seguro de viagem. Essa alternativa sai por cerca de US$ 23 mil.
Por outro lado, quem acionou o “modo contenção de gastos”, mas não abre mão do Mundial, pode desembolsar aproximadamente US$ 6 mil para ter direito a hospedagem, traslado para jogos, hotel e aeroporto, além de café da amanhã, seguro-viagem e passeio turístico no país.
Outra agência consultada pela reportagem foi a Agaxtur, com escritórios situados em São Paulo. A companhia não revelou o volume de viagens comercializadas para os torcedores apaixonados por futebol até agora. No entanto, informou que “a procura ficou dentro do previsto. Continuamos vendendo, inclusive durante a Copa”. “Surpreendeu o número de famílias que estão viajando para ver o Mundial”, comentaram os representantes da empresa.
Reserva de ingressos
A largada da venda de entradas para o Mundial, que ocorre de quatro em quatro anos, foi dada em setembro de 2017. Nas primeiras 24 horas, a Fifa já havia reservado 356.700 tíquetes (pagamento pendente) para apreciadores de futebol do mundo inteiro.
A segunda fase de comercialização dos bilhetes foi iniciada em 13 de março de 2018. Segundo a Fifa, desde o início das vendas até 7 de junho, 2.403.116 ingressos foram solicitados por entusiastas da Copa do Mundo. No dia 18 de abril, a última etapa de aquisição de entradas começou. Esse período, que vai até 15 de julho, é considerado de “última hora” pela federação, mas isso não importa para os fãs. Seja antecipadamente ou nos minutos finais, o que importa é garantir o passaporte para o maior evento de futebol do planeta e ter a oportunidade de ver os astros do esporte o mais perto possível.