Brasileirão: vale a pena trocar de técnico no meio do campeonato?
O (M)Dados fez um levantamento dos resultados das mudanças promovidas entre 2015 e 2019 a fim de verificar se houve vantagem
atualizado
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Quando o time vai mal no campeonato, os cartolas brasileiros costumam apostar em uma solução manjada: a troca de técnico. Mas afinal de contas, vale a pena mudar o treinador no meio da competição? A fim de tentar chegar a uma resposta o (M)Dados fez um levantamento a partir dos resultados do Brasileirão de 2015 a 2019.
Para verificar o impacto imediato da troca de comando das equipes, foi a contabilizada a média de pontos que o time conquistou nas dez partidas anteriores à mudança e as dez posteriores no Campeonato Brasileiro. Não foram consideradas substituições realizadas fora do período do torneio, ou de outros jogos.
Ao total, nos últimos cinco anos, foram 77 alterações – 15,4 por temporada –, realizadas por 25 times. A equipe que mais mudou foi a Chapecoense, com seis mudanças efetuadas durante o Brasileirão. América-MG fez cinco ao total, sendo três somente em 2018. Por outro lado, destaca-se o Grêmio, que está com Renato Portaluppi desde 19 de setembro de 2016.
A análise dos resultados mostra que as trocas impactam muito pouco no aproveitamento dos times. A média geral antes das mudanças é de 1,1 ponto por jogo, e, após as alterações nos comandos, ela sobe para 1,3. Ou seja, nas dez partidas comparadas de antes e depois, cada equipe conquistou, em média, apenas dois pontos a mais.
Resultados
O estudo também permitiu verificar que a performance do time vai melhorando com o passar das semanas, mas em um campeonato de 38 rodadas, a medida pode não dar resultado a tempo.
Na primeira partida após a mudança de técnico, as equipes perdem (52%) mais do que vencem (30%). No entanto, essa proporção muda no décimo desafio, quando a média de vitórias (38%) é superior ao de derrotas (29%).
Melhores
De toda forma, em algumas situações, as trocas de comando dão resultado. O maior impacto foi com a entrada de Levir Culpi no Santos, em 2017, quando o time aumentou sua média de 0,75 pontos por jogo para 2,1. Tiago Nunes, em 2018, no Athletico-PR, teve um desempenho similar, aumentando em 1,3 a média do furacão.
Outro aspecto possível de analisar são os melhores desempenhos dos novos treinadores. Nesse quesito, Jorge Jesus do líder Flamengo, em 2019, empata com a média de 2,2 pontos por partida de Luiz Felipe Scolari, em 2018, do então campeão Palmeiras.
Os dois técnicos entraram no meio do Campeonato Brasileiro e nos seus dez primeiros jogos à frente dos clubes, alcançaram sete vitórias, dois empates e somente uma derrota. Veja abaixo: