Brasileirão? Estrangeiros ganham destaque nos times da Série A
Para tentar exemplificar a qualidade dos “gringos” em campos nacionais é possível formar time com Gatito, Arrascaeta, Guerrero e companhia
atualizado
Compartilhar notícia
Para tentar exemplificar a qualidade dos “gringos” em campos nacionais é possível formar uma seleção com: Gatito; Lucas Hernandez, Cuesta, Gustavo Gómez e Orejuela; Cuéllar, Sánchez, Arrascaeta e D’Alessandro; Yony González e Guerrero.
Como não há limite de número de jogadores inscritos para o Brasileiro e Copa do Brasil, todos os atletas registrados no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estão em condição de atuar, mas só cinco estrangeiros podem ser relacionados por partida, seja para começar jogando ou ficar no banco.
O maior poder financeiro dos clubes brasileiros em relação à maioria dos países sul-americanos fez a “imigração” de jogadores se tornar intensa nos últimos anos. A ponto de Internacional, Atlético-MG e Santos terem em seus elencos seis jogadores.
O badalado era Taborda e sua estreia diante do Noroeste levou 62 294 corintianos ao Pacaembu. Atualmente, trabalha como caminhoneiro em Montevidéu. Mas quem vingou foi Dario Pereyra, ao fazer dupla inesquecível para os são-paulinos ao lado de Oscar.
O sérvio Dejan Petkovic, que atuou por uma década no Brasil, não faz comparações entre gerações, mas considera que temos muitos jogadores em ação no Brasil, mas apenas “alguns” de boa qualidade. “Temos alguns bons jogadores”, disse o atual comentarista do SporTV, que jogou por Vitória-BA, Flamengo, Vasco, Fluminense, Goiás, Santos e Atlético-MG.
Os zagueiros Victor Cuesta (Internacional), Gustavo Gómez (Palmeiras), o volante Cuéllar, o meia Arrascaeta (ambos do Flamengo) e o atacante Guerrero (Internacional) estão entre os melhores da atual competição nacional.
Brasil x América do Sul
Para Petkovic, autor do antológico gol de falta na final do Campeonato Carioca de 2001, aos 43 minutos do segundo tempo, que garantiu o tri para o Flamengo em cima do Vasco, o melhor jogador é o veterano argentino D’Alessandro, de 38 anos, do Internacional. “Mas quem está jogando melhor é o Guerrero.”
Em um duelo virtual contra uma seleção nacional formada com jogadores de equipes brasileiras, Petkovic aponta equilíbrio. “Dá jogo, hein? Daria uma boa disputa.” Perguntado se jogaria no time dos estrangeiros, o sérvio brincou: “Um tempo em cada time.”
A presença do jogador estrangeiro no futebol brasileiro ficou marcada por uma data importante. Em 19 de dezembro de 1973, diante de mais de 155 mil espectadores, no Maracanã, um combinado de atletas do exterior, muitos que atuavam em times nacionais, enfrentou a seleção brasileira, reforçada por Pelé no “Jogo da Gratidão”. A partida marcava a despedida e também buscava arrecadar dinheiro para o astro Mané Garrincha, que passava problemas com o alcoolismo.
O combinado estrangeiro contava com o goleiro Andrada (Vasco), o lateral Forlan, o meia Pedro Rocha (São Paulo), os zagueiros Alex (América-RJ), Reyes e o atacante Doval (Flamengo) e o meia Dreyer (Coritiba). O Brasil jogou com Félix (Leão); Carlos Alberto (Zé Maria), Brito (Luis Pereira), Piazza e Everaldo (Marinho Chagas); Clodoaldo (Zé Carlos) e Rivellino (Manfrini); Garrincha (Zequinha), Jairzinho (André), Pelé (Ademir da Guia) e Caju (Mário Sérgio). Zagallo comandou o Brasil.
No banco de reservas atualmente também é possível notar a presença de dois estrangeiros famosos, mas em uma proporção bem menor que a existente entre os jogadores. São apenas dois: o argentino Jorge Sampaoli, no atual líder Santos, e o português Jorge Jesus, no milionário Flamengo. Apesar de ostentarem bons trabalhos no currículo, ambos chegaram sob desconfiança, mas seus bons resultados dentro de campo proporcionam momentânea tranquilidade para trabalhar fora dele.