Benfica desmente Jorge Jesus e diz que treinador não pediu demissão
Segundo o clube português, o treinador em nenhum momento pediu demissão do cargo, ao contrário do que foi alegado por ele em entrevista
atualizado
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“Sou eu que peço para sair. Depois do jogo no Dragão houve um jogador, o Pizzi, que fez alguns comentários, os meus adjuntos contaram-me e eu juntei tudo que se estava a passar. Todas estas questões, o presidente, os adeptos a assobiarem quando ganhávamos, Flamengo, mais esse episódio… Disse ‘chega, vou-me embora'”, disse Jesus.
Por sua vez, o Benfica afirma que o treinador não pediu para que fosse desligado, mas sim ambas as partes chegaram à conclusão de que uma rescisão mútua seria a melhor decisão naquele momento. Segundo o clube, ele tampouco abdicou de receber o que teria direito até o fim do contrato.
“O Sport Lisboa e Benfica esclarece que em nenhum momento Jorge Jesus solicitou que o deixassem sair do Clube ou se mostrou disponível para abdicar das remunerações a que teria direito até ao final da temporada”, diz o comunicado.
“Mais se enfatiza, de novo, que as duas partes entenderam que a rescisão por mútuo acordo era a melhor solução na defesa dos interesses do Sport Lisboa e Benfica, ficando igualmente acordado que a contratação de Jorge Jesus por parte de um novo clube implicaria a cessação de todas as obrigações contratuais que ligam as partes até ao final da atual época desportiva”, completa a nota.
A entrevista com a declaração de Jorge Jesus só vai ao ar na próxima segunda-feira, dia 9, no programa “Bem, Amigos!”. Porém, o trecho foi compartilhado pelo canal durante um debate sobre a postura do treinador sobre a possibilidade de retorno ao Flamengo. Ao colunista Renato Maurício Prado, do Uol, o treinador externou pela primeira vez o desejo de voltar ao Flamengo e disse que “poderia esperar até o dia 20” pelo negócio O técnico está de férias no Rio de Janeiro e tem conversas para assumir o Fenerbahçe, da Turquia.
A declaração de Jesus repercutiu muito mal tanto na imprensa brasileira quanto na de Portugal. O fato do Flamengo ter o também português Paulo Sousa à frente do comando técnico da equipe foi um agravante para a crise de imagem do “Mister”, como fora apelidado pela torcida e jogadores rubro-negros.
Antes do acerto com Paulo Sousa, a diretoria do Flamengo chegou a conversar com Jesus durante as buscas pelo sucessor de Renato Gaúcho, mas o português estava empregado no Benfica na época. Parte da diretoria do Fla esteve em Portugal. Ele contou ainda que não recebeu proposta oficial nem foi questionado se gostaria de voltar ao clube do Rio. Outro empecilho para o acordo no passado foi o pagamento da multa de 10 milhões de euros (R$ 52,8 milhões) para ele ser liberado pelo clube português.
Hugo Cajuda, empresário de Paulo Sousa, aponta falta de vergonha do compatriota ao se oferecer para retornar ao Flamengo, mas disse não estar surpreso ao vê-lo sobrepor o individualismo ao respeito por outros profissionais.
“Sem surpresa assistimos a mais um momento deplorável, de alguém que só estando perturbado e desesperado pode revelar tamanha falta de ética, falta de respeito e falta de profissionalismo. Apesar do seu largo histórico, a referida pessoa consegue subir muitos patamares em mais um episódio vergonhoso.”