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Apresentado no Corinthians, Sylvinho explica: “Vim porque era hora”

Na coletiva, falou sobre seu estilo “pilhado” de trabalhar. Disse também que sabe que não contará com reforços

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Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Sylvinho Corinthians
1 de 1 Sylvinho Corinthians - Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Sylvinho foi apresentado nesta terça-feira (25/5) como técnico do Corinthians. Ele chegou de Portugal pela manhã, desembarcou no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), e foi direto para o CT Joaquim Grava, na zona leste de São Paulo. Na coletiva, falou sobre seu estilo “pilhado” de trabalhar. Disse também que sabe que não contará com reforços e que o objetivo inicial será o de recuperar jogadores, tanto os mais experientes quanto os jovens. “Estou pronto para essa massa que é o Corinthians”.

O novo treinador assinou contrato até o final de 2022 e chega com o auxiliar Doriva. Completam a comissão técnica o analista Fernando Lázaro e o preparador físico Flávio de Oliveira. Os dois últimos já estavam trabalhando no Corinthians.

Sylvinho não vai estrear na partida desta quarta-feira (26/5), em casa, contra o River Plate, do Paraguai, pela Copa Sul-Americana. Ele acompanhará o jogo das tribunas da Neo Química Arena, em São Paulo. O primeiro jogo no banco de reservas deverá ser no domingo (30/5) contra o Atlético Goianiense, também como mandante, pela rodada inaugural do Campeonato Brasileiro.

Como foi o acordo?

Não precisei consultar ninguém. Vim porque era hora. Tenho monitorado o clube há tempo. Conheço o clube há muitos anos. Foram três minutos de boa conversa com o presidente (Duílio Monteiro Alves). Trago, além da experiência como técnico do Lyon, a construção de uma Copa do Mundo e Inter de Milão (foi auxiliar técnico do Tite no Mundial de 2018 e auxiliar de Roberto Mancini no clube italiano). Nessa casa tive a oportunidade de trabalhar com o Tite e o Mano, dois grandes treinadores. Trago tempo, conteúdo e isso me deixa satisfeito. Estou muito feliz de estar aqui nesta casa.

Reforços?

O clube já tem muito claro, assim como eu, que não tem muitas vindas de reforços. Vejo o cenário de atletas com boas condições Tudo pode ser potencializado e melhorado. Estamos vivendo uma nova etapa. O Corinthians está acostumado com títulos, ganhando finais. Mas a etapa é de construir, de paciência, de juntar forças. Com raça e dedicação é o mínimo que podemos dar.

Pilhado

É um jeito meu, uma característica. Não gostaria de ser assim, mas sou. Meus pés aqui embaixo se mexem. Ser pilhado no futebol é não perder tempo. Futebol exige entrega, nível de concentração alto. Estar atento a tudo. Não perco tempo. É meu ritmo, minha forma de ser. Na vida social muitas vezes passo um pouco do ponto, é muita energia.

Esquema tático preferido

Fui criado na linha de quatro, treinei muito o sistema de quatro, há sete oito anos como auxiliar. Domino também outros sistemas. O importante é entender na parte técnica o que potencializa o time e os jogadores. Não trabalho com muita variação de sistema. O atleta treinado tem percepções. A variação causa distâncias diferentes e pode gerar atrasos nas ações dos atletas. Gosto da linha de quatro, mas não está fora de cogitação trabalhar com linha de três em algumas situações.

Foco na recuperação de atletas

Recuperar atletas mais experientes sim. Trabalho com todos os atletas. Todos nós trabalhamos para eles. Os jovens também. Com os jovens o importante é acelerar etapas. Entendemos a demanda do futebol. O jovem tem absorção rápida. Eles precisam se sentir cada vez melhor, pouco a pouco. Nosso papel como treinador é trabalhar com e para os atletas. Não me conformo com atleta fora do grupo. Temos como responsabilidade buscar os atletas.

Os tempos como jogador do Corinthians

Subi com 20 anos de idade, não era muito normal subir com essa idade. Naquele momento o time estava nas mãos do Eduardo Amorim. Tive uma expulsão ou outra mais tonta por causa da falta de experiência. A camisa é pesada, de responsabilidade. O Eduardo teve muito cuidado comigo. Ele dizia, você vai jogar quarta-feira de novo, então calma. Queremos os jovens promissores, no seu tempo. Com relação a títulos a gente sempre aprende. O Brasileiro de 1998 era um time muito forte tecnicamente e fisicamente. Foi um dos grandes times. Mas o título de 1995 me remete a situações que é a cara do clube. O Grêmio e o Palmeiras tinham atletas mais fortes e formados. Éramos um time, muito bem liderado e isso que valeu.

Problema financeiro do clube

Não foi uma barreira para mim. Somos resultados das nossas decisões. Sempre pensei muito antes de tomar decisões. Com o Corinthians era questão de tempo. Sou fruto do Terrão. Gosto de estudar, mas futebol não é só isso. Tem componentes sérios de gestão, de time. Tive ótimas comissões técnicas e fico satisfeito com o conteúdo que tenho.

O que é inegociável?

Perda de tempo, não dá. Nível baixo de concentração, não dá também. Isso aqui é trabalho, dedicação. Somos exemplos para uma sociedade. Representamos uma nação. Nível de concentração baixo é quase inegociável. Respeitar a geração, a idade, isso sim. Tem tempo para tudo.

O estilo Sylvinho como técnico

Sabemos que o tempo corre e não podemos parar. Esse time vai lutar, disputar e é isso que nós queremos e exigimos. Essa característica que não pode faltar. Pensamos na construção no dia. No que temos que trabalhar e melhorar. Vamos trabalhar, fazer as coisas bem feita. Não pensamos no dia seguinte.

O que fez nesses últimos anos?

Não fiquei sem trabalhar nesse período. Gosto de conversar com outros treinadores. A gente não para. Gosto de ver jogos, acompanhar a construção de carreira dos mais jovens. É óbvio que não tem o campo e isso dificulta. Tenho uma vantagem grande que descobri. Quando estou fora do trabalho sei ter vida social, ficar com minha esposa. Não sou murmurador. Agora aqui é trabalho.

Conversa com Vagner Mancini

Não conversei por telefone com o Vagner. Falamos por mensagem. Ele é muito honrado, de índole incrível, grande treinador e tem sua contribuição na casa. Entendemos o momento do clube, sabemos que dificilmente vai haver contratação. Está nas mãos dos diretores. Reconhecemos o grupo e entendemos que é um grupo bom.

Sem tempo para trabalhar

O tempo é escasso. Dá para se trabalhar. Assim eu vi, assim fui treinado também. A gente começa a otimizar tempo, ganhar tempo para poder ir aperfeiçoando. As imagens falam bastante. Dentro de um grupo, passar uma imagem de sete minutos, aquilo é treino e vai ser levado para o campo, o jogador tem que entender.

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