Após problemas, Brasília perde Fla x Flu para Cariacica (ES)
Empresa responsável pela organização da partida alega que alto custo e excesso de cortesias no Mané Garrincha motivaram a troca de estádio
atualizado
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O Mané Garrincha perdeu para o Estádio Kleber Andrade, em Cariacica (ES), a partida entre Fluminense x Flamengo, pela 6ª rodada do Campeonato Carioca, no domingo (2/4). A troca foi confirmada nesta segunda-feira (27/3) pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ). A arena brasiliense estava reservada, mas acabou preterida por uma série de fatores.
A R7, empresa de eventos e responsável pelo jogo, diz que o alto custo em Brasília e o excesso de cortesias foram os principais motivos para a troca de palco. A explicação foi dada pelo ex-jogador de Flamengo e Fluminense e proprietário da R7, Roniéliton Pereira Santos, o Roni.Tivemos um problema de cortesias no geral. A demanda é grande por ser a capital. Em Cariacica, a expectativa é de casa cheia e com um ingresso mais caro. Só de cortesias em Brasília tivemos um prejuízo de R$ 120 mil nas vendas
Roniéliton Pereira Santos, o Roni, dono da R7, organizadora do evento
Roni alega também uma decepção com o público. Ele esperava que o Mané recebesse 40 mil pessoas no último jogo do Carioca, realizado na arena brasiliense no domingo (26). O empate em 2 x 2 entre Flamengo e Vasco foi visto por 28.071 pagantes. Fato que o faz repensar sobre continuar trazendo jogos para a capital. “Vamos ver”, despista.
Em 2017, o Mané Garrincha recebeu 12 jogos, sendo 10 do Candangão, um da Copa Primeira Liga e o de domingo, entre Flamengo e Vasco pelo Campeonato Carioca. Com o veto da Confederação Brasileira de Futebol, o estádio não poderá sediar partidas da Série A do Brasileirão, o que tende a diminuir bruscamente o número de jogos na arena.
Problemas estruturais
A partida entre Flamengo e Vasco foi organizada pela Carioca Eventos em parceria com a R7. O estádio apresentou problemas durante o Clássico dos Milhões, incluindo um apagão que durou nove minutos e a retenção no acesso de torcedores e jornalistas à arena.
“O Mané Garrincha tem algumas peculiaridades. Ele não tem inventário, então tem que locar até cadeiras às vezes. Temos a questão das catracas também, que muitas vezes não funcionam. Várias delas não estavam liberadas e tivemos problema com o código de barras. Parte dos torcedores deixa para chegar em cima da hora também. É um problema no comportamento”, explica Fernanda Pereira, proprietária da Carioca Eventos.
Questionada sobre os problemas de energia, Fernanda disse que a empresa cumpriu o que foi pedido pela administradora da arena. “Foi solicitada a contratação de quatro técnicos. O estádio está sem no break, mas tem gerador. A contratação dos técnicos foi para eventuais problemas.”
Resposta do Governo do Distrito Federal
Administradora do estádio, a Secretaria de Estado do Esporte, Turismo e Lazer do Distrito Federal garante que tem pedido aos organizadores das partidas que contratem técnicos para monitorar o sistema elétrico desde o incidente com os no breaks, em dezembro de 2016. Até agora, a SeTur não sabe o que provocou o apagão. Garante que o episódio está sendo apurado. De acordo com a pasta, o Mané Garrincha dispõe de quatro geradores.
Sobre o problema com o acesso de jornalistas e torcedores ao estádio, a SeTur informou que isso ocorreu pela proximidade dos portões “T”, destinado aos profissionais de imprensa, e “S”, onde entrou a torcida organizada do Vasco.
De acordo com a SeTur, a segurança interna verificou a possibilidade do uso do portão “T” pela torcida organizada. “Para não haver maiores problemas, o mesmo foi fechado temporariamente”, destacou a secretaria.
O portão ficou trancado por 1h30 e um grande número de jornalistas só conseguiu entrar no estádio a 40 minutos da partida, que teve início às 18h30. Por conta do problema, a distribuição dos portões externos será revista.