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Após estreia ruim, Paulinho está em queda pela segunda Copa do Mundo

Destaque da equipe de Tite na campanha de conquista da vaga na Rússia, ele caiu de rendimento nos amistosos preparatórios para o torneio

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Lucas Figueiredo/CBF
paulinho seleção brasileira treino
1 de 1 paulinho seleção brasileira treino - Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Um dos seis jogadores que disputa a segunda Copa do Mundo consecutiva pela seleção brasileira, Paulinho pode estar vendo na Rússia a repetição de uma história vivida há quatro anos. Destaque da equipe comandada pelo técnico Tite na campanha de conquista da vaga na Rússia, ele caiu de rendimento nos amistosos preparatórios para o torneio e também teve atuação ruim na estreia diante da Suíça, o que inclusive o levou a ser substituído durante o segundo tempo do jogo na Arena Rostov, em Rostov.

A titularidade de Paulinho não está ameaçada para o duelo desta sexta-feira contra a Costa Rica, em São Petersburgo, mas o compromisso pela segunda rodada do Grupo E da Copa do Mundo cresceu em importância para o meio-campista, que vê a sombra de Renato Augusto e do passado recente crescer diante da queda de produção nos últimos compromissos da seleção brasileira.

Autor de dois gols na vitoriosa campanha na Copa das Confederações de 2013, incluindo o que colocou a equipe na final da competição, Paulinho chegou ao Mundial de 2014 com a confiança de Luiz Felipe Scolari, mas não correspondeu, repetindo as atuações irregulares que vinha tendo pelo Tottenham. Só atuou por 90 minutos contra o México, não voltou a campo após o intervalo contra Camarões e Alemanha, não foi aproveitado contra o Chile, também sendo substituído nos outros três jogos da seleção no torneio. Depois, ficou por pouco mais de dois anos sem atuar pela equipe, sendo resgatado exatamente por Tite.

“Quem decide é o professor, ele analisa o momento e olha tudo. É fundamental em um grupo de 23 jogadores ser leal com o companheiro. Todos ganham. Já trabalhei com Tite no Corinthians e sempre foi dessa forma”, afirmou Paulinho, em entrevista coletiva antes da estreia do Brasil na Copa do Mundo.

Se Paulinho foi uma das decepções do Brasil no Mundial de 2014, é esse cenário que agora ele luta para não repetir na Rússia. E embora tenha superado a desconfiança nos seus primeiros meses no Barcelona, não terminou em alta a temporada no clube catalão. Ele marcou apenas um gol nos últimos 24 jogos que fez no time, após fazer oito nas 25 partidas iniciais. E só foi titular em um dos seis compromissos finais da equipe na temporada, sendo que para muitos a queda de rendimento foi provocada por uma lesão no quinto metatarso do pé direito, sofrida no final de janeiro.

Diante da Suíça, Paulinho só não foi menos participativo enquanto esteve em campo do que o centroavante Gabriel Jesus – outro jogador trocado por Tite -, embora desempenhe em campo uma função importante, de auxiliar Casemiro na marcação e compor um triângulo ofensivo com Danilo e Willian.

Esse lado do ataque brasileiro, aliás, foi um dos problemas diante da Suíça. O trio, ao contrário do composto por Marcelo, Philippe Coutinho e Neymar, é mais conhecido pela força do que pela qualidade técnica. E acabou deixando Willian bastante isolado, com Paulinho só chegando uma vez bem ao ataque e em uma trama pelo outro lado do campo, tendo desperdiçado boa oportunidade. Além disso, só deu dois passes para o meia-atacante do Chelsea.

Até por isso, foi trocado por Tite, que promoveu a entrada de Renato Augusto quando ainda faltavam pouco menos de 30 minutos para o final da estreia brasileira na Copa do Mundo, mesmo que o jogador do chinês Beijing Guoan tivesse perdido a maior parte dos treinos da seleção para o torneio por causa de uma lesão. “O Renato é articulador, pensador, e Paulinho não estava em seu melhor dia”, justificou o treinador, admitindo que não ficou satisfeito com o desempenho de Paulinho diante da Suíça.

A favor de Renato Augusto, pesam fatores como a qualidade para valorizar a posse de bola, algo que Tite sentiu falta durante o duelo contra a Suíça, além da sua apurada visão de jogo, que o fez se tornar um nomes de confiança do treinador durante a sua última passagem pelo Corinthians, além da liderança, que o levou a ganhar moral na CBF durante a vitoriosa campanha do Brasil na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. E a outra opção de Tite para a vaga de Paulinho é Fred, que se recuperou recentemente de problema no tornozelo e até possui características mais parecidas.

“No momento em que o Tite precisar, vou dar o meu melhor. É sempre assim, a disputa vai estar sempre aberta. A Copa é rápida e às vezes você entra bem em um jogo e acaba ficando no time. Tem que estar preparado”, afirmou Renato Augusto.

Certo mesmo é que Paulinho precisa melhorar, recuperando o nível de atuações que o tornou o terceiro maior artilheiro do Brasil sob o comando de Tite, com sete gols marcados, repetindo o sucesso que teve com o treinador no Corinthians, com os títulos da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes da Fifa em 2012. Agora, então, tenta novamente reconquistar o futebol que o fez se tornar homem de confiança do treinador, esquecer a decepção de 2014 e não repetir aquela história, pessoal e coletiva.

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