Após dois “não” ao Brasil, Mário Fernandes vira titular da Rússia
Lateral-direito brasileiro é um dos destaques da seleção anfitriã da Copa de 2018
atualizado
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O lateral-direito Mário Fernandes tem uma trajetória bastante peculiar no futebol mundial. Em 2011, ele recusou uma convocação do técnico Mano Menezes sem grandes explicações. Meses depois, voltou a ser chamado por Dunga, jogou duas partidas, mas decidiu se naturalizar russo. Virou titular. Atualmente, é um dos destaques da seleção que está classificada à próxima fase. Embora tenha sido acolhido no novo país, ele afirma que se arrepende de ter dito “não” à Seleção Brasileira.
“Hoje eu não voltaria a repetir. Não que eu queria estar lá. A Rússia me abriu as portas e eu sou muito feliz aqui. Se fosse hoje, naquela oportunidade, eu certamente me apresentaria. O motivo não preciso dizer, mas me arrependi de não ter me apresentado. Eram problemas meus. Me arrependo do que eu fiz”, afirmou o lateral-direito brasileiro.
No ano seguinte, o jogador se transferiu para o CSKA Moscou, da Rússia, onde ganhou seis títulos nacionais. Em 2014, ele voltou a ser chamado pela seleção brasileira no processo de reconstrução após a derrota na Copa do Mundo. Desta vez, pelo técnico Dunga. Aceitou. Jogou 45 minutos no amistoso diante do Japão, mas não foi convocado novamente.
Cidadão russo
Ambientado na Rússia, Mário Fernandes tomou uma decisão ainda mais importante em 2016. Deu entrada no requerimento de cidadania russa. Meses depois, o próprio presidente Vladimir Putin, torcedor do CSKA Moscou, assinou o decreto de naturalização do brasileiro.
“Todos me respeitam muito. Sempre. Eles gostam de mim e eu gosto deles. Já são seis anos aqui já. Estou bastante feliz e espero continuar aqui bastante tempo. Desde o roupeiro até os jogadores me tratam de maneira excelente”, contou o jogador de 27 anos. “Eu agradeço a eles por me receberem tão bem e me darem essa oportunidade de jogar a Copa do Mundo”.
O brasileiro naturalizado russo é um dos destaques do time. Ele conserva o poder ofensivo da época do Grêmio. Também conserva uma habilidade rara para quem joga na defesa – ele é filho de um técnico de futsal.
Na partida diante do Egito, ele driblou o defensor e cruzou para o segundo gol. Fez uma jogada de ponta. Já na próxima fase da Copa do Mundo, ele evita escolher adversários. Espanha e Portugal provavelmente estarão no caminho dos donos da casa. “Muita gente não acreditava, mas a gente sabia que podia conseguir a classificação. Treinamos bastante e estamos de parabéns. Conseguimos dois grandes jogos. Mas precisamos manter os pés no chão”.
“Para mim, é bastante importante. Realização pessoal. Mas o mais importante é o grupo. Se eu não jogasse, eu estaria feliz da mesma forma. Respeito todos os jogadores”, disse. Mário Fernandes afirma que ainda assiste às partidas da seleção brasileira. “Eu olhei o jogo contra a Suíça, mas o Danilo e o Fagner são grandes jogadores. A seleção está bem servida de laterais”, avaliou.