Após anos em limbo, Arsenal e Manchester United prometem despertar
Dois dos maiores times da Premier League, Arsenal e Manchester United ensaiam um retorno aos dias de glórias após anos decepcionantes
atualizado
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Manchester United e Arsenal fazem um dos clássicos mais tradicionais da Inglaterra neste domingo (22/1), às 13h30, no Emirates Stadium. E, ao contrário do que vinha acontecendo nas últimas temporadas, o confronto entre os gigantes da Premier League vale posições na parte de cima da tabela e, quem sabe, pode ter até consequências na briga pelo título.
O Arsenal, acredite ou não, ainda é o líder da Premier League, 21 rodadas depois. São 47 pontos em 18 jogos, cinco à frente do vice Manchester City (que tem um jogo a mais). Uma campanha de 15 vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Quarenta e dois gols marcados e apenas 14 sofridos. Tão impressionantes quanto os números, é o futebol que os Gunners vêm apresentando. O primeiro colocado do Inglês é também o time mais jovem da temporada 2022/23, com uma média de 24.7 anos. Nomes como Gabriel Martinelli, Bukayo Saka e Martin Odegaard têm mostrado uma química impressionante dentro de campo, jogando um futebol vistoso, eficiente e, principalmente, vencedor.
A campanha atual do Arsenal é fruto de paciência com o desenvolvimento de seus jovens, uma política de contratação com reforços pontuais (mérito do diretor técnico, o brasileiro Edu Gaspar) e da manutenção do técnico Mikel Arteta. O espanhol, ex-jogador dos Gunners e aprendiz de Pep Guardiola, está em seu quarto ano como técnico da equipe de Londres, uma raridade após os anos de Àrsene Wénger. Arteta quase sofreu o mesmo destino de seus antecessores, com colocações decepcionantes na Premier League e eliminações decepcionantes em copais domésticas e europeias, resultando em vaias e pedidos de demissão.
Na temporada 2022/23, diretoria, técnico, jogadores e torcedores estão colhendo os frutos de se ater a um planejamento, mesmo quando não era possível enxergar evolução dentro de campo.
United
Se substituir Àrsene Wénger no Arsenal já seria difícil, o que dizer da missão de suceder Sir Alex Ferguson no Manchester United? O escocês permaneceu 27 anos em Old Trafford, onde conquistou 38 títulos, guiando os Red Devils a se tornarem uma das principais marcas do futebol mundial. Após sua aposentadoria, em 2013, muitos grandes nomes passaram pelo banco de reservas, muito dinheiro foi gasto em contratações, mas os resultados dentro de campo ficaram aquém do tamanho do clube.
Além disso, tanto a torcida quanto nomes como Jose Mourinho, Zlatan Ibrahimovic e Cristiano Ronaldo pareceram se unir em relação a uma perceptível queda nos padrões de excelência da equipe, com diversos protestos contra a diretoria e pedidos para que a família Glazer venda o United.
Os Glazer ainda são donos da parte vermelha de Manchester. Porém, após tentativas com Ole Gunnar Solskjaer e Ralf Rangnick, o United parece ter acertado na escolha de treinador, finalmente. Erik ten Hag chegou para por ordem na casa após um excelente trabalho com o Ajax, e ordem parece ser a palavra do dia.
O holandês peitou Cristiano Ronaldo, uma das lendas do clube e barrou Marcus Rashford, que vem tendo uma excelente temporada, após o jovem ter dormido demais e se atrasado para uma reunião. A mensagem é clara: o Manchester United é um dos maiores clubes do mundo e precisa voltar ao patamar ao qual seu torcedor se acostumou, e isso começa com as pequenas coisas, independentemente do nome que aparece atrás da camisa.
A mensagem, aparentemente, e por enquanto, tem feito efeito. Após um começo de temporada que parecia novamente decepcionar, o United se recuperou, fez contratações pontuais, como o volante Casemiro, e já briga no G-4 da Premier League para retornar à Champions.