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Apesar da vacina, futebol segue à mercê da Covid pelo mundo

Pandemia do novo coronavírus mudou e trouxe muitas incertezas e mudanças para o esporte ao redor do globo

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Lucas Figueiredo/CBF, Getty Images. Gabriel Lima, especial para o Metrópoles
Bola com máscara
1 de 1 Bola com máscara - Foto: Lucas Figueiredo/CBF, Getty Images. Gabriel Lima, especial para o Metrópoles

O jogo entre Brasil e Argentina e o veto dos clubes ingleses e russos à convocação na data FIFA reacendeu uma chama que parecia estar se apagando, pelo menos fora do Brasil, onde o público já voltou aos estádios e tem mais liberdade do que em nosso país, que se recupera, aos poucos, dos altos números registrados até aqui.

Sempre ligado às aglomerações e união dos torcedores, o esporte passou por momentos delicados e, até hoje, quase dois anos depois, ainda sofre com a pandemia.

Pois bem, os dois casos citados estão se desenrolando, mas ainda há muita água para passar por debaixo dessa ponte. Em relação ao superclássico, a entidade máxima do futebol ainda não se pronunciou oficialmente. Os argentinos querem uma punição para os rivais, já que foram nossas autoridades que interferiram no jogo, mesmo com todo o problema prévio. Já os brasileiros, acreditam que a “justiça será feita” e que nada disso acontecerá, já que foram os adversários que desrespeitaram as regras.

Já falando sobre o veto dos clubes, a FIFA estabeleceu uma punição a todos os clubes que se recusaram a liberar os seus jogadores. Eles não poderão atuar por cinco dias corridos após o jogo do Brasil nas eliminatórias, que será neste dia 9. Portanto, os atletas ficaram indisponíveis pela rodada do final de semana, e Manchester United, Chelsea e Zenit ainda perderão os seus atletas para a estreia da Champions League, que acontece na terça (14/9), último dia de punição. City e Liverpool não serão atingidos, já que só jogam no dia seguinte.

Os clubes prometem recorrer da decisão. Somente o Everton não foi citado pela CBF, já liberou, de bom grado, Richarlison para a disputa das Olimpíadas, vencida pelo Brasil.

Mas não foram somente essas polêmicas que assolaram o futebol desde que a pandemia começou.

Durante 2020, diversos, se não todos, campeonatos do mundo foram paralisados. E muitos importantes, como as principais ligas nacionais, e a Champions League, a Eurocopa, a Libertadores da América e a Copa América.

Os dois campeonatos continentais de seleções foram adiados para 2021. Enquanto o torneio do Velho Continente correu bem, o campeonato em nosso continente foi bem problemático. Marcado para acontecer na Colômbia e na Argentina, a copa ficou órfã pouco antes de seu início. Isso porque os dois países estavam com altos índices para a Covid.

Foi aí, então, que o Brasil se candidatou e ganhou a oportunidade de sediar o evento. E, claro, vale relembrar tudo o que aconteceu na final, quando várias pessoas falsificaram teste PCR.

Esses exames e a vacina também geraram momentos incomuns no futebol. Na Alemanha, o Hansa Rostock foi o primeiro clube na Alemanha a contar com público em um jogo oficial. O clube disponibilizou testes contra a Covid para 777 sócios, que utilizaram máscaras e respeitaram o distanciamento social. Eles foram monitorados pela equipe durante uma semana.

Outro caso que chamou a atenção foi o de Erik Hurtado. Em julho deste ano, ele jogava no Montreal Impact, do Canadá, e foi negociado após se recusar a receber o imunizante contra o vírus. Ele foi repassado para o Columbus Crew, dos Estados Unidos, clube que atua até hoje.

Mesmo ainda bem diferente em diversos países, as torcidas estão voltando aos estádios. Enquanto na Europa, por exemplo, alguns países já recebem estádios cheios ou lotados, como na Inglaterra e na Hungria, por exemplo, em outros, como no Brasil, esse assunto ainda é um tabu.

Por aqui, alguns testes foram feitos. Alguns bem sucedidos, como nos jogos do Flamengo em Brasília, outros nem tanto, como as assustadoras aglomerações e desrespeitos às normas de saúde em Minas Gerais.

Porém, a responsável pela liberação do público nas arenas é a Conmebol, que permitiu a venda de ingressos para jogos da Libertadores. Os clubes e a CBF ainda são contrárias e estão em pé de guerra com o Flamengo, que deseja, a todo custo, a presença de seus fãs nas arquibancadas.

Mesmo com essas discussões internas, o futebol brasileiro passou por momentos muito complicados. Em março deste ano, quando o estado de São Paulo estava com o seu futebol bem apertado e corrido, com diversos jogos durante a semana, uma pesquisa apontou que o número de infecções dos jogadores estava semelhante aos dos profissionais que trabalhavam na linha de frente do combate a Covid, com 11,7% de resultados positivos entre todos os atletas testados.

Números assustadores que dizem bem o que o esporte passou por aqui e por que, até hoje, os reflexos ainda são evidentes.

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