Adeus, 2020! Veja erros cruciais do Flamengo nas 2 eliminações no ano
Após um 2019 iluminado, rubro-negro amarga ano turbulento e com duas quedas precoces, para São Paulo e Racing-ARG
atualizado
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“Outro Patamar”. Foi desta forma que a torcida do Flamengo passou a enxergar o time após o ano de 2019, que entrou para a história do clube. Mas em 2020, o torcedor flamenguista voltou a ver o rubro-negro de antes daquela temporada iluminada e repleta de títulos sob o comando de Jorge Jesus.
Na temporada atual, o time acumula sua segunda eliminação em competições importantes, a última delas em casa para o Racing, da Argentina, acabando com o tão sonhado bicampeonato consecutivo da Libertadores. Mas onde o Flamengo errou?
Aposta no auxiliar
Quando 2020 teve início, o flamenguista tinha certeza que 2019 se repetiria. O ainda time de Jorge Jesus já comemorava novos títulos e não parava de anunciar novas contratações, reforçando ainda mais o elenco multicampeão do ano anterior.
Mas a pandemia do novo coronavírus assombrou o mundo e abalou as estruturas do Flamengo. Isso porque o problema do Covid-19 fez com que Jorge Jesus rumasse a Portugal para comandar o Benfica, encerrando precocemente sua passagem pelo Urubu. E começava a sucessão de azar e erros do rubro-negro em 2020.
O time manteve sua mentalidade de seguir com um treinador estrangeiro e trouxe o espanhol Domènec Torrent. Sem grandes trabalhos no futebol, Dome é mundialmente conhecido por ter sido auxiliar técnico de Pep Guardiola. Era uma aposta muito arriscada.
O trabalho no Flamengo pode ser resumido em três jogos que ilustram bem a passagem do espanhol pelo Flamengo.
O 5 x 0 diante do Indepediente Del Valle, na Libertadores, mostrou o risco que o Flamengo assumira: o clube depositava suas fichas em um técnico que não conhecia as peças do elenco e não conseguiu ter um tempo para trabalhar o time, diferentemente da chegada de Jorge Jesus.
Mas ainda assim, com a força do elenco e com uma qualidade técnica acima da média, o Flamengo se recuperou da derrota e do surto de Covid-19 que acometeu o time, e encaixou uma sequência de vitórias sob o comando de Dome, como o 5 x 1 em São Paulo contra o Corinthians.
Depois de grandes jogos sob a tutela do espanhol, tudo começou a desmoronar. Sem conseguir ajustar a defesa, vazada em quase todas as partidas do time, Dome teve novamente seu trabalho criticado e acabou demitido após goleadas para Atlético-MG e São Paulo. O jogo contra o time de Fernando Diniz foi o último do auxiliar de Guardiola à frente da equipe.
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Mais eliminações que vitórias
Com a saída de Dome, o time mais uma vez apostou em um treinador sem trabalhos expressivos. Rogério Ceni deixou o Fortaleza e rumou ao Rio de Janeiro para se tornar o novo técnico do rubro-negro. Ceni chegou na terça-feira e na quarta já comandou a equipe contra o São Paulo, nas quartas de final da Copa do Brasil.
Mesmo após um excelente primeiro tempo, o treinador optou pela saída de Gabriel do ataque na segunda etapa. O atacante vinha fazendo um bom jogo, tendo marcado o gol da equipe na partida. O Flamengo perdeu força na frente e acabou tomando a virada do Tricolor, em falha bisonha do goleiro Hugo Souza.
No fim de semana seguinte à estreia, empate em casa com o Atlético-GO. E novamente o treinador optou pela saída de Gabriel no segundo tempo para a entrada de Lincoln. O atacante perdeu um dos gols mais feitos do ano e o Flamengo tropeçou em casa.
No jogo de volta das oitavas da Copa do Brasil, o Flamengo fez um bom primeiro tempo, mas não conseguiu se aproveitar das falhas do time paulista. Na segunda etapa, acabou castigado, em grande atuação de Luciano. Sem Gabriel, o treinador optou por Vitinho e o atacante isolou um pênalti, que poderia dar sobrevida ao time no duelo.
Nova rodada do Brasileirão e vitória sobre o Coritiba, a primeira sob o comando de Rogério. Após a vitória sobre o Coxa, o Flamengo tinha dois jogos duros contra o Racing, pelas oitavas de final da Libertadores. No primeiro jogo, empate em Avellaneda, com a zaga sofrendo mais um gol apesar do confronto equilibrado em chances.
Na volta, Rogério optou por montar a linha de zaga com Rodrigo Caio e Gustavo Henrique. Sofrendo com a falta de ritmo após um longo período lesionado, o zagueiro acabou expulso e o Flamengo levou o gol logo após a expulsão. Precisando do empate, Rogério abriu mão de Everton Ribeiro e Arrascaeta, em decisão bastante controversa.
Willian Arão acabou salvando a pele do técnico, mas perdeu sua cobrança nos pênaltis e os cariocas acabaram eliminados e deram adeus à chance de mais um título, a segunda eliminação sob o comando de Rogério Ceni.
Agora, o time junta os cacos e só pode tentar conquistar o Campeonato Brasileiro na atual temporada. No sábado (5/12), apesar da péssima campanha do rival no campeonato, faz jogo duro diante do Botafogo.