A Superliga deixou claro: sem gente, não se faz futebol
Os donos dos clubes subestimaram os anseios e a compreensão de futebol de milhões de pessoas, que se colocaram prontamente contra o projeto
atualizado
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Em apenas 48 horas, a Superliga Europeia implodiu. A ideia de um supercampeonato reunindo os clubes mais poderosos do planeta é cíclica e não deve demorar tanto para voltar à tona, talvez com outros líderes, talvez com outras ideias. Porém, nunca ela tinha sido tão concreta. E, ainda que outros atores tenham sido responsáveis por dinamitar o grupinho dos ricaços, também nunca tinha sido tão evidente o poder dos torcedores ao redor do jogo. Os próprios donos dos clubes subestimaram os anseios e a compreensão de futebol de milhões de pessoas, que se colocaram prontamente contra o projeto. Se muito precisa ser discutido ao redor do esporte, porque está claro como as sementes da Superliga só germinaram por conta de um terreno fértil a tal empreitada, um passo fundamental que precisa ser tomado diz respeito ao poder de decisão necessário às torcidas. Será também um debate que florescerá com mais intensidade a partir desses dias tão insanos na Europa.
A Superliga caiu por uma conjunção de fatores que não pode ser dissociada. A pressão exercida pelas entidades, sobretudo pela Uefa, foi central. Também teve seu peso a união das ligas e federações dos três países com rebeldes, que não encamparam os discursos de que os mecanismos de solidariedade se ampliariam. Da mesma forma, os clubes excluídos tiveram sua voz, assim como exerceram pressão os ricaços que, de antemão, preferiram se afastar da ideia fechada ao redor da Superliga – como Bayern de Munique e Paris Saint-Germain. Os próprios governos se anteciparam para agir. De qualquer maneira, só ficou claro que a insatisfação era geral quando os grupos de torcedores se mobilizaram, indicando que não eram apenas os prejudicados pela Superliga que estavam na bronca. Foi no coração das torcidas envolvidas no projeto sem consulta, sobretudo as inglesas, que o desmonte se acelerou. E tal posicionamento deu mais confiança para que treinadores e jogadores dentro dos 12 clubes se posicionassem.
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