Fome, paulada e gritaria: ex-ginastas britânicas denunciam abusos
Catherine Lyons, uma das ex-atletas, contou em entrevista que chegou a apanhar com um bastão de um treinador
atualizado
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A ginástica artística da Grã-Bretanha vive um escândalo. Na noite dessa segunda-feira (6/7), ex-atletas, uma delas atleta olímpica, revelaram que passaram por abusos e maus-tratos nas mãos de treinadores.
Campeã europeia júnior, Catherine Lyons relatou ao ITV que seus técnicos a deixaram passar fome sob alegação de sobrepeso. A ex-ginasta, de 19 anos, também revelou que seus treinadores gritavam com ela constantemente e a trancavam em um armário para que se acalmasse. Ela também foi vítima de pauladas com um bastão.
Lisa Mason, que defendeu a Grã-Bretanha nas Olimpíadas de Sydney 2000, também relatou abusos, os quais, segundo ela, acontecem desde os seus 10 anos. Aos 38, ela revelou que era forçada a treinar até as mãos sangrarem e sob efeitos de analgésicos, apesar de estar lesionada. Lisa conta que os técnicos colocavam uma grama sintética pontuda por baixo do carpete de treinamento para obrigar as ginastas a ficarem de ponta de pé.
Em comunicado, a Federação Britânica de Ginástica afirmou condenar qualquer forma de abuso e que todas as denúncias serão investigadas pela Unidade de Integridade da entidade.
“Nos últimos anos, trabalhamos muito para garantir que nossa cultura de atletas e treinadores seja transparente, justa e inclusiva. Isso é essencial para o bem-estar de todas as ginastas e um pré-requisito para o sucesso nas competições nacionais e internacionais. O bem-estar do atleta desempenha um papel essencial em nossa cultura de desempenho e tomada de decisão. Trabalhamos com nossas ginastas e adotamos ações específicas para garantir que seus interesses e preocupações sejam sempre considerados e abordados e que eles tenham uma escolha de caminhos para levantar preocupações”, declarou a entidade.