Fim da polêmica: Alerj veta projeto e mantém o nome do Maracanã
Proposta sugeria a troca de designação – de “Estádio Jornalista Mário Filho” para “Estádio Edson Arantes do Nascimento, Rei Pelé”
atualizado
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Rio de Janeiro – Em nova reunião do colégio de líderes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no fim da manhã desta terça-feira (6/4), o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), vetou o projeto de lei que mudaria o nome do Maracanã – de Mário Filho para Pelé.
A troca da denominação, de “Estádio Jornalista Mário Filho” para “Estádio Edson Arantes do Nascimento, Rei Pelé”, foi sugerida mediante projeto de lei, de autoria de 23 parlamentares – entre eles, o ex-jogador Bebeto (Pode), tetracampeão com a Seleção Brasileira em 1994.
“Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, é um ex-futebolista brasileiro que atuava como atacante. Ele é amplamente considerado como um dos maiores atletas de todos os tempos e ‘Rei do futebol’”, argumentaram os parlamentares, em um dos trechos da justificativa do projeto.
Na sequência, o governador do Rio de Janeiro em exercício, Cláudio Castro, não sancionou a nova legislação e devolveu para a Alerj, para reanálise.
Quem foi Mário Filho
Jornalista e escritor, Mário Filho foi o idealizador da campanha para construção do Maracanã, um estádio para 150 mil pessoas, em área mais próxima do centro do Rio e de acesso fácil para os torcedores. O então vereador Carlos Lacerda defendia que o novo projeto fosse instalado no bairro de Jacarepaguá, na zona oeste.
Depois de ganhar a batalha pela opinião pública, Filho foi homenageado com o batismo do estádio construído para a Copa de 1950. Ao lado do irmão, o escritor Nelson Rodrigues, ele popularizou termos como o clássico “Fla-Flu”, entre Flamengo e Fluminense. O jornalista é o autor de “O Negro no Futebol Brasileiro”, um dos livros brasileiros mais importantes sobre o esporte.
O Maracanã é patrimônio do carioca e do futebol mundial. Aos 70 anos, já foi palco: de duas finais de Copa do Mundo, em 1950 e 2014; do milésimo gol de Pelé; das finais de campeonatos como o Brasileiro e a Libertadores da América; e de shows de grandes artistas, como do cantor americano Frank Sinatra, em 1980, e o da banda Kiss, o primeiro no Brasil, para 137 mil pessoas, em 1983. Tudo isso contribuiu para o Maraca, como os cariocas gostam de chamar, tornar-se um dos estádios mais famosos do mundo.