Filme resgata caso Eliza Samúdio: relembre trajetória de goleiro Bruno

Em 2010, um assassinato brutal envolvendo o goleiro promissor do Flamengo, Bruno Fernandes das Dores de Souza, chocou o Brasil. Cotado para assumir o gol da Seleção Brasileira e substituir o lendário Dida, no Milan, o arqueiro foi condenado pelo homicídio de Eliza Samudio, modelo e mãe de uma filho do ex-atleta do Rubro-Negro. 11 anos após a condenação de Bruno, a Netflix lançou, nesta quinta-feira (26/9), o documentário “A vítima invisível: O Caso Eliza Samudio”.

O longa resgata a história do crime que chocou o país e relembra a trajetória e os eventos que antecederam o assassinato de Eliza Samudio. Elaborado sob a perspectiva da vítima, o documentário traz uma nova perspectiva do caso brutal.

O caso Eliza Samudio

Em maio de 2009, Eliza Samudio engravidou do então goleiro Bruno Fernandes, que vivia o auge da sua carreira no Flamengo. A modelo, que já mantinha relação com o ex-atleta a algum tempo, passou então a ser alvo de ameaças e chantagens do companheiro.

Em meio às ameaças de Bruno, Eliza tornou a gestação pública e revelou, também, a paternidade do ex-goleiro. Á época, o ex-Flamengo era noivo e mantinha relacionamento extraconjugal com modelo, fato que o levou a negar ser pai do filho da vítima.

Durante a gestação, Eliza chegou a registrar alguns boletins de ocorrência contra o goleiro, mas teve pedido de medida protetiva negado. Filho dela com Bruno, o garoto Bruninho nasceu em fevereiro de 2010, pouco antes do desaparecimento de sua mãe.

No dia 4 de junho de 2010, Eliza Samudio desapareceu e nunca mais foi vista. O último relato de uma possível aparição da vítima havia sido no sítio de Bruno, em Minas Gerais. Peças de roupa da modelo e fraldas foram achadas no local, enquanto Bruninho foi encontrado em Belo Horizonte.

Versões de envolvidos no caso relatam que Eliza Samudio foi estrangulada, morta e esquartejada. Ainda de acordo com os assassinos, os restos mortais da modelo foram concretados. Os relatos nunca foram, de fato, confirmados, visto que a polícia nunca encontrou o corpo de Eliza.

Os condenados

O desaparecimento da modelo passou a chamar a atenção da polícia após garoto de 17 anos, primo do goleiro Bruno, confessar envolvimento no sequestro da vítima. Após relatar que Eliza havia sido atraída para a casa do policial Bola, onde foi assassinada a mando do ex-goleiro, as investigações sobre o caso se intensificara.

Ex-goleiro do Flamengo, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio. Em 2018, o ex-Flamengo passou para o regime semiaberto e está em liberdade condicional desde janeiro do último ano.

Outro envolvido no crime, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato de Eliza. Em julho deste ano, Bola foi preso novamente, acusado pela morte de um homem, ocorrida em 2009, em Belo Horizonte.

Braço direito e amigo de Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foi condenado a 15 anos de prisão por homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.

Carreira de Bruno

Condenado pelo planejamento e participação no assassinato de Eliza Samudio, Bruno Souza nasceu em Ribeirão das Neves-MG e começou carreira no Tombense, em 2001. Com envergadura invejável, o goleiro passou por clubes como Atlético-MG e Corinthians até chegar ao Flamengo, onde se firmou como um dos atletas mais promissores da sua posição.

Em 2010, Bruno passou de futuro goleiro da Seleção Brasileira para um assassino brutal. Condenado a 22 anos e 3 meses de prisão, o ex-goleiro está em liberdade condicional desde janeiro de 2023. Ele chegou a tentar dar continuidade à sua carreira no futebol, mas se aposentou dos gramados e, atualmente, é entregador de móveis no Rio de Janeiro.