Surfe: após pausa, Filipe Toledo quebra o silêncio sobre saúde mental
Filipe Toledo será um dos representantes do surfe brasileiro nos Jogos Olímpicos de Paris. Atleta falou sobre período longe das ondas
atualizado
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O surfista Filipe Toledo será um dos representantes da “Brazilian Storm” nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A competição olímpica do surfe será disputada em Teahupoo, no Taiti.
Em fevereiro, Filipinho preferiu dar uma pausa na carreira para focar na preparação para as Olimpíadas e também cuidar da sua saúde mental. Em entrevista ao Olympics.com, o surfista quebrou o silêncio e falou sobre o momento que viveu no início do ano.
“Eu precisava falar sobre isso e mostrar ao mundo como é difícil. Todo esporte deve dar atenção à saúde mental. As pessoas começam super jovens, por tantos anos fazendo a mesma coisa, isso se torna estressante. E quanto mais falamos sobre isso, mais fácil fica, então estou feliz por ser alguém que fala sobre isso e defende essa bandeira”.
Filipinho compete como profissional desde os 15 anos de idade. Apesar de, segundo ele, o esporte tenha dado a ele grandes conquistas, dar uma pausa como essa serviu para que ele possa voltar competir em alto nível.
“Simplesmente senti que, ok, eu preciso cuidar de mim mesmo para que eu possa voltar mais forte e ainda competir por mais cinco, seis anos, do que apenas passar pelos sentimentos deste ano, lutar contra isso e depois talvez não conseguir fazer isso por mais três anos”.
“Não somos máquinas”
Filipe Toledo é o atual campeão do Circuito Mundial de Surfe, com os títulos de 2022 e 2023 no currículo. Agora, em busca do ouro olímpico, ele define o período “sabático” antes dos jogos de Paris para cuidar da sua saúde mental, como um momento de reflexão, para que ele expusesse que, apesar de atletas conseguirem os feitos no esporte, eles “não são máquinas”.
“Algo que me chamou a atenção foi saber que todos estão passando pela mesma coisa. Por que ninguém fala sobre isso? Qual é o motivo? É só porque você vai mostrar que é fraco ou o que é? E então eu pensei, sinto que as pessoas precisam saber. As pessoas precisam saber que somos humanos. Não somos máquinas. Temos muito a sacrificar”.