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Exibição Tyson x Jones é o pontapé inicial para a liga das lendas nos EUA

A plataforma Triller, que tem os direitos de transmissão da exibição, planeja realizar confrontos lendários em outros esportes

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Rich Schultz/Getty Images
Foto colorida de Mike Tyson
1 de 1 Foto colorida de Mike Tyson - Foto: Rich Schultz/Getty Images

Mike Tyson e Roy Jones Jr voltam ao ringue, neste sábado (28/11), no ginásio do Staples Center (sem a presença de público), em Los Angeles. Mas, ao contrário do que fizeram durante suas carreiras, os dois ex-campeões não vão atrás de fama ou títulos, a intenção da exibição prevista para oito rounds de dois minutos é arrecadar fundos para instituições carentes, apresentar ao mundo uma liga de veteranos (não só de boxeadores) e, evidentemente, rechear suas contas bancárias.

Apesar da expectativa dos fãs por um retorno improvável de dois dos maiores nomes da nobre arte das últimas três décadas ao profissionalismo, o certo é que Tyson, de 54 anos, e Jones, de 51, terão a responsabilidade de protagonizar um grande evento, que deverá alavancar outras atrações. Entre elas, um possível terceiro duelo entre Tyson e Evander Holyfield para o primeiro semestre de 2021.

A plataforma Triller, que tem os direitos de transmissão da exibição, planeja realizar confrontos lendários também no basquete, futebol americano, beisebol, sempre recolocando em ação grandes figuras de cada modalidade.

A ideia parece fadada ao sucesso, pois os organizadores chegaram a prever que Tyson x Jones possa quebrar o recorde na venda de assinaturas do sistema pay-per-view, que pertence ao duelo de 2015 entre Manny Pacquiao x Floyd Mayweather com 4,4 milhões. Nos Estados Unidos, para se ver a luta será preciso pagar US$ 49,95 (cerca de R$ 265). No Brasil, a transmissão será do canal Combate, com VT previsto na TV Globo, após o Supercine.

Apesar de anunciarem o evento também como beneficente, Tyson e Jones têm garantidos cerca de US$ 10 milhões (R$ 53 milhões), mais uma porcentagem na venda do pay-per-view, além de contratos publicitários com pelo menos meia dúzia de marcas. Cada um poderá arrecadar até US$ 35 milhões.

Para motivar as vendas no pay-per-view, Tyson e Jones não economizaram ameaças. Tyson chegou a dizer que iria “acertar as contas” com Jones, referindo-se ao duelo não realizado em 2003. Jones devolveu dizendo que “não existe clima para exibições”, dando a entender que o duelo pode ficar mais apimentado a partir do primeiro gongo.

Tyson e Jones foram submetidos a rígidos exames médicos para que a saúde esteja em ordem para a apresentação. Apenas o exame para detectar a presença de maconha foi excluído, pois Tyson é um ávido consumidor da droga, além de ser produtor em sua fazenda no Sul da Califórnia.

A Comissão Atlética da Califórnia autorizou a exibição, mas não escalou jurados, por não ser uma luta oficial. Já o Conselho Mundial de Boxe, que vai presentear cada lutador com um cinturão especial, destacou os ex-campeões Chad Dawson, Christy Martin e Vinny Pazienza para fazerem as anotações a cada round para se ter um “vencedor” no final dos oito assaltos.

O juiz Ray Corona foi orientado a interromper a luta após o primeiro corte, enquanto os boxeadores, que não usarão capacetes, não deverão procurar o nocaute, evitando os golpes mais duros. Para isso, serão utilizadas luvas de 12 onças, ao invés das de dez onças.

Mesmo sendo uma exibição, quando o resultado sempre é um ’empate’, a bolsa de apostas foi aberta em vários locais dos Estados Unidos e o favoritismo de Tyson diminuiu nos últimos dias. Ele iniciou pagando US$ 100,00 para cada US$ 350 apostado nele, agora são precisos US$ 200,00. Já Jones segue pagando US$ 160,00 para cada US$ 100,00 apostado em sua vitória.

Tyson e Jones quase lutaram em 2003, quando Jones conquistou o título mundial dos pesos pesados, versão Associação Mundial de Boxe. Mas, durante as negociações, nas quais cogitou-se bolsas no valor de US$ 30 milhões, Jones (campeão também entre os médios, supermédios e meio-pesados), que lutou até 2018, acabou não assinando o contrato.

Tyson foi campeão mundial dos pesos pesados de 1986 a 1990 e em 1996. Detém o recorde de ser o boxeador mais novo a conquistar um cinturão na principal categoria do boxe. Ele tinha 20 anos, quando nocauteou Trevor Berbick, no segundo assalto. O “Iron Man” lutou até 2005.

Mais seis lutas estão previstas: Jake Paul x Nate Robinson (cruzadores), Badou Jack x Blake McKernan (meio-pesados), Viddal Riley x Rashad Coulter (cruzadores), Jamaine Ortiz x Nahir Albright (leves), Irvin Gonzalez Jr. x Edward Vasquez (penas) e Juiseppe Cusumano x Nick Jones (pesados).

A apresentação da luta principal será de Michael Buffer, principal ‘announcer’ do boxe em todos os tempos. Barrie Eget vai apresentar as lutas preliminares. O hino norte-americano será interpretado pelo cantor Ne-Yo, indicado 14 vezes para o Grammy e ganhador de três prêmios.

Os comentários serão do lendário ex-campeão mundial Sugar Ray Leonard e de Al Bernstein, renomado jornalista, pertencente ao Hall da Fama do Boxe. As reportagens depois da luta serão de responsabilidade de Jim Gray, que trabalhou em várias lutas de Tyson e de Jones, quando trabalhava pelo canal HBO. Seu nome também está no Hall da Fama. Ernesto Amador vai fazer os comentários em espanhol.

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