Ex-técnico é condenado a mais de 109 anos de prisão por estupro
Fernando de Carvalho Lopes, ex-técnico de ginástica, foi considerado culpado pelo crime de estupro de vulnerável
atualizado
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O ex-técnico de ginástica Fernando de Carvalho Lopes foi considerado culpado na acusação de abusos sexuais a ginastas, após julgamento na 2ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo. O caso foi revelado pelo Fantástico em abril de 2018.
A decisão, publicada nessa segunda-feira (3/10), condenou o técnico em primeira instância a 109 anos e oito meses de reclusão, em regime fechado, pelo crime de estupro de vulnerável de quatro vítimas. Entretanto, o veredito ainda cabe recurso e o réu vai recorrer em liberdade.
O ex-técnico foi denunciado pelo Ministério Público nos artigos 217-A, que faz referência a estupro de vulnerável, e 226 inciso II, agravante pela relação de poder em relação às vítimas. O recurso da defesa será apresentado ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Já o Ministério Público vai apresentar as contrarrazões, que serão analisadas juntamente ao apelo de Lopes por três desembargadores do TJ-SP. Depois do julgamento em segunda instância, o réu pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e fazer um recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar de o processo correr em segredo de justiça, o GE teve acesso ao documento. A decisão da juíza Fernanda Alves da Rocha Branco de Oliva Politi afirma que “os delitos foram praticados pelo acusado contra quatro vítimas distintas, envolvendo, portanto, desígnios autônomos e lesando bens personalíssimos, reconheço que todos foram praticados em concurso material, […] devendo as penas serem todas somadas, totalizando 109 (cento e nove) anos e 08 (oito) meses de reclusão”.
Ainda segundo o documento, “o regime inicial de cumprimento de pena será o fechado, em razão do quantum de pena aplicado, da gravidade e da hediondez do crime de estupro de vulnerável praticado pelo acusado contra quatro vítimas, durante longo período de tempo, valendo-se da sua condição de técnico dos atletas e da autoridade que exercia sobre elas”.
A vítima 1 tinha apenas 13 anos quando contou para os pais, em 2016, que se sentia desconfortável com o comportamento do técnico do Clube Mesc. Após ela, outras sete pessoas, entre vítimas e testemunhas, procuraram a delegacia de defesa da mulher e do adolescente para depor.
O caso ficou parado e só retornou depois de uma reportagem do Fantástico ter revelado as denúncias. Depois de quatro meses de investigação, mais de 40 ginastas contaram que sofreram abusos pelo ex-treinador entre 1999 e 2016, apesar de apenas quatro entrarem como vítimas.