Ex-nadadora faz declarações transfóbicas sobre atleta universitária
A medalhista de ouro Nancy Hogshead-Makar afirmou que a participação de atletas transgêneros no esporte “não é justa”
atualizado
Compartilhar notícia
A ex-nadadora olímpica Nancy Hogshead-Makar se pronunciou, nessa terça-feira (31/5), sobre o título da Associação Atlética Nacional de Colegiados (NCAA) de 500m de nado livre, conquistado em março pela primeira vez por uma nadadora trans, Lia Thomas.
Thomas participou do programa Good Morning America, também na terça, e afirmou que “mulheres trans não são uma ameaça ao esporte feminino“. Nancy, entretanto, aproveitou sua entrevista ao TMZ Live para rebater a fala da atleta.
“Depois que alguém passou pela puberdade masculina, você não pode reverter isso. Então, não é justo. Esperamos conseguir que os órgãos e legislaturas esportivas e outros se preocupem mais com a justiça do que com qualquer outra conclusão”, disse a campeã olímpica.
Apesar da fala, a ex-nadadora e atual advogada de direitos civis pontuou que apoia Lia Thomas em outros espaços, mas não no esporte.
“Afirmo quem [Lia] quer ser por toda a vida. Seja no emprego, na sala de aula ou em qualquer outro lugar. Mas quando se trata de esportes, o esporte não é baseado em identidade. É baseado em biologia. Por isso temos a categoria esportiva feminina. Se o esporte não for baseado na segregação sexual, e se a identidade de gênero for igual à discriminação sexual, podemos perder o direito, como mulheres atletas, de praticar esportes sexuais separados”, declarou.
A advogada ainda expôs a intenção de evitar que outros atletas transgêneros participem de competições esportivas. “Eu não vou permitir que esta geração de mulheres tenha que ser uma perdedora graciosa para alguém que tem uma vantagem biológica para a qual você não pode treinar, não pode comer melhor, não pode encontrar um treinamento melhor. Você não pode fugir da biologia”, finalizou ela.
As regras da USA Swimming (Federação Americana de Natação) se diferem das adotadas pela NCAA: a federação pede que atletas trans tenham no máximo 5 nmol/L de testosterona durante 36 meses, o que equivale a 3 anos de terapia de reposição hormonal, enquanto a associação permite que essas atletas possam competir após completarem o período de um ano de tratamento de supressão de testosterona, que é o caso de Thomas.
A 3ª colocada na competição, Erica Sullivan, do Texas, escreveu um ensaio para a Newsweek, em que argumenta que o esporte feminino tem questões mais importantes a serem abordadas.
“Como mulher no esporte, posso dizer a você que sei quais são as verdadeiras ameaças ao esporte feminino: abuso e assédio sexual, salários e recursos desiguais e falta de mulheres na liderança. Meninas e mulheres transgênero não estão nesta lista”, escreveu Sullivan.
Quer ficar por dentro de tudo que rola no mundo dos esportes e receber as notícias direto no seu Telegram? Entre no canal do Metrópoles: https://t.me/metropolesesportes