Eurocopa e Copa América expõem diferenças em protocolos da Covid
Conmebol e Uefa lidaram com o mesmo problema de maneiras distintas. Público no estádio e número de casos da doença evidenciam discrepância
atualizado
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A Eurocopa e a Copa América estão nos holofotes do mundo neste momento. Dois dos campeonatos mais importantes no calendários de seleções sofreram com adiamento e tiveram que rever todo o planejamento da organização para que o evento pudesse acontecer.
As duas competições estavam inicialmente programadas para acontecer em 2020. No entanto, a realidade imposta pela pandemia da Covid-19 fez com que os planos fossem adiados, assim como também ocorreu com as Olimpíadas.
A Eurocopa já havia decidido que em sua 60ª edição faria um formato diferente do habitual. Em edições regulares, um país é escolhido como sede para receber a partida. Pelo caráter festivo dessa edição, a Uefa decidiu que 12 cidades de 12 países diferentes receberiam os jogos da competição.
No caso da Copa América, as sede escolhidas originalmente pela Conmebol eram Argentina e Colômbia.
Mudança de planos e sedes
Diante da pandemia do coronavírus, as confederações precisaram repensar as suas logísticas. Levando em consideração números de casos em cada, o perigo de infecções nos deslocamentos das delegações fez com que as alterações fossem necessárias.
Apesar de parecer arriscado, levando em conta as orientações das autoridades de saúde de manter o isolamento social, a Uefa não abriu mão de realizar o torneio no modelo em que havia estabelecido anteriormente, mas sabia que precisava rever as cidades sede.
A Conmebol, por outro lado, pouco se preocupou com a situação nesse quesito já que a situação na Colômbia e Argentina aparentavam lidar de maneira controlada com o contexto pandêmico.
2021
Com a chegada do novo ano, tudo parecia certo para a Conmebol realizar a Copa América, enquanto a Uefa corria contra o tempo para viabilizar a competição de maneira segura aos envolvidos e com o aval de todas as autoridades. A federação europeia se viu obrigada a trocar algumas sedes e, com dificuldades, realizaria a competição.
Faltando pouco tempo para o início das duas competições, no entanto, os cenários trocaram. A Conmebol viu em questões de dias seu planejamento ruir. Primeiro com a Colômbia, que por conta dos fortes protestos da população contra reformas do governo.
A onda de violência no país atingiu níveis que obrigaram a Conmebol a descartar a realização da Copa América em terras colombianas. Faltando menos de dez dias para o início da competição, foi a vez da Argentina anunciar que também não sediaria a competição por conta do aumento de casos de Covid-19.
Como saída, a Conmebol recebeu a oferta do Brasil, que mesmo próximo de atingir meio milhão de vítimas pela Covid-19 e prestes a ter uma terceira onda de infecções, teria condições de receber a competição.
O debate da Uefa, por outro lado, era de qual a porcentagem de público no estádio poderia ser viável de maneira segura.
Eventos em andamento
Na Europa, com boa parcela da população vacinada ao menos com uma das doses e respeito aos protocolos estabelecidos apresenta seus resultados práticos. Estádios com público e apenas dois casos, na seleção Eslováquia, comprovam que é possível realizar um evento se a sociedade estiver pronta para receber o mesmo.
A Copa América, por sua vez, parece ser a total oposta. A competição permanece com suas arquibancadas vazias e silenciosas, e pior, com um número crescente de casos entre jogadores e profissionais que atuam no torneio. Para se ter ideia, antes mesmo do fim da segunda rodada da competição passavam de 50 os casos da doença.
Recentemente, as falhas do protocolo aplicado pela Conmebol ficaram explícitas após denúncia do Metrópoles, que revelou que jogadores da seleção da Venezuela haviam deixado o isolamento no hotel que estavam em Brasília.
Vale lembrar que somente na delegação venezuelana foram 13 pessoas positivadas para o covid-19. Além disso, os funcionários do hotel não estariam sendo testados.
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