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Escalada nas Olimpíadas: saiba qual é a função do route setter

A competição do esporte nos Jogos de Tóquio-2020 será dividida em três modalidades

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Escalada, saiba em que consiste o trabalho de route setter
1 de 1 Escalada, saiba em que consiste o trabalho de route setter - Foto: Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, a escalada estará entre as modalidades disputadas na competição. A disputa será feita em três categorias: velocidade, boulder e de via. Elas têm algumas coisas em comum: a importância do route setter.

O route setter é o profissional responsável pela organização das agarras — peças usadas pelos escaladores para chegar ao topo ou lugar mais alto da parede. Thaís Monteiro trabalha na academia Eleva, no Guará, em Brasília e, além da função de gerente de eventos, ela também exerce a de route setter.

Thaís tem uma linha de montagem chamada RIC, uma sigla que junta as palavras: risco, intensidade e complexidade. “Onde é possível explorar o risco, a intensidade e a complexidade do boulder.”

Mas o que é o boulder? “É uma modalidade. Dentro da escalada existem a modalidade boulder, esportiva de parede e etc. O boulder é caracterizado por ser uma escalada mais baixa (altura), mais intensa e curta. Vem do inglês de ‘pedregulho’, de escalar pedras pequenas, mas que são difíceis. Tem gente que, em vez de chamar de boulder, chama de problema”, esclareceu Davi Fantino, 36 anos, treinador e route setter chefe da Eleva.

Além disso, uma singularidade da modalidade do boulder é que não são necessários tantos equipamentos de segurança. Precisa-se de “colchões e algumas vezes alguém para ficar com o braço estendido para amortecer a queda”, contou Thaís.

Nos Jogos, o objetivo dos escaladores nessa modalidade será “resolver” a maior quantidade de boulders em quatro minutos. Os competidores são colocados em isolamento e “são apresentados aos ‘problemas’ pela primeira vez”, precisando encontrar uma “solução” rápida para eles, explicaram os setters Davi e Thaís.

“O trabalho do setter é muito cuidadoso. Envolve não só aspectos de experiência ou aspectos técnicos, como avaliar o risco do movimento ou intensidade. Também é uma questão de feeling, de conhecer os desportistas que vão estar participando, tem que ter um conhecimento da escalada em termos de performance para entender quais habilidades são relevantes para um escalador, como se ele fosse criar uma prova, buscando o que ele quer avaliar do atleta”, explicou Davi.

Fora isso, Davi esclarece ainda que é preciso pensar em quem vai ver a competição. “É possível montar algo que não agrade o público, seja porque ele não está entendendo o que está acontecendo, como se você olhasse alguém escalando e tivesse a sensação de que aquilo não parece tão difícil ou não parece desafiador o suficiente.”

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Thaís Monteiro
Thaís Monteiro
Davi Fantino, 36, treinador e route setter chefe da academia Eleva
Equipe da academia Eleva: (da esquerda para a direita) Lucas Lourenço (route setter), Marcus Vinícius Torres (route setter sênior), Thaís Monteiro (gerente de eventos e route setter) e Davi Fantino (treinador e route setter chefe)
O trabalho de route setter consiste na organização das agarras que guiam o atleta até o topo
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Thaís Monteiro, 27, gerente de eventos e route setter da academia Eleva

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Davi Fantino, 36, treinador e route setter chefe da academia Eleva

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Equipe da academia Eleva: (da esquerda para a direita) Lucas Lourenço (route setter), Marcus Vinícius Torres (route setter sênior), Thaís Monteiro (gerente de eventos e route setter) e Davi Fantino (treinador e route setter chefe)

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O trabalho de route setter consiste na organização das agarras que guiam o atleta até o topo

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O trabalho de route setter consiste na organização das agarras que guiam o atleta até o topo

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Muitas vezes, a "settagem" é feita em grupo também

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A escalada estreia nas Olimpíadas de Tóquio-2020 no dia 4 de agosto

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A escalada estreia nas Olimpíadas de Tóquio-2020 no dia 4 de agosto

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A escalada estreia nas Olimpíadas de Tóquio-2020 no dia 4 de agosto

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Em Tóquio

A disputa por medalhas na escalada será feita em um modelo misto, misturando três modalidades do esporte: a de velocidade, o boulder e a de via. “A de velocidade, o nome diz tudo: é uma corrida. Coloca-se dois atletas, um do lado do outro, e quem chegar no topo primeiro vence. O tempo geralmente fica em sete segundos. É a modalidade mais rápida. Mais rápida até que a corrida de 100 metros”, ilustrou Davi.

Para esta, a linha é padrão. A posição das agarras é pré-determinada, assim como o tipo delas e não muda. “Ao longo dos anos nunca mudou.” No entanto, para as outras modalidades, boulder e via, é sempre algo inédito, “caixinhas de surpresa”, como caracteriza o treinador.

A de via “se assemelha à escalada esportiva. É como se fosse uma sequência de boulder, mas o atleta usa a cadeirinha e a corda (equipamentos de segurança) e vence o que chegar mais longe”, esclareceu Thaís.

Eles esclareceram ainda que o mesmo escalador vai precisar passar pelas três modalidades e ressaltaram. “Muitos são melhores em um do que no outro, mas como a medalha vai ser uma para os três tipos, eles vão ter que treinar para desenvolver habilidade para os três, mesmo que tenham preferência por escalada em boulder, por exemplo.”

Os Jogos Olímpicos de Tóquio terão início em 22 de julho com o softball e o futebol, mas a cerimônia de abertura oficial será apenas no dia 24. A escalada, por sua vez, começará em 4 de agosto e termina dia 7. Neste dia e no dia anterior terá entrega de medalhas.

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