Equipe de ginástica rítmica do DF busca apoio para disputar campeonato
Grupo de mães se uniu e vende pipoca gourmet para arrecadar dinheiro e mandar filhas para o torneio, marcado para ocorrer no próximo mês em Porto Alegre (RS)
atualizado
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Durante os Jogos Olímpicos, os olhos do país se voltam para o esporte nacional. No entanto, passadas as duas semanas de competição, tudo volta ao normal e algumas modalidades voltam a ficar esquecidas. No Distrito Federal, atletas de ginástica rítmica sofrem com a falta de incentivo e precisam usar dinheiro do próprio bolso para disputar competições regionais e nacionais da modalidade.
Tentando driblar a falta de patrocínio, um grupo de 10 mães se juntou e começou a vender pipoca para financiar o esporte das filhas. A princípio, a ideia surgiu como uma forma de angariar fundos para substituir o tapete de treino que elas utilizam, que, de acordo com uma delas, está “caindo aos pedaços”. Agora, com uma necessidade mais urgente, as famílias concentram os esforços para bancar a viagem de 21 atletas para Porto Alegre (RS), local onde será disputado o Torneio Nacional de Ginástica Rítmica.“É muito dinheiro e a gente tem que pagar tudo. Há pouco tempo, elas foram para Palmas (TO) disputar o regional e ficaram muito bem classificadas. Nós pagamos o collant (que custa de R$ 1,2 mil a R$ 1,8 mil), a hospedagem, a alimentação… Tudo. As meninas não têm patrocínio nenhum”, relatou Thayse Pereira Soares Borges, de 32 anos, que é mãe de Ana Júlia, de 11.
As mães estimam que o custo seja de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil para cada atleta – o que exigiria em uma arrecadação de ao menos R$ 52,5 mil para arcar com todas as despesas. A viagem para a capital gaúcha está marcada para o dia 18 de outubro.
Fazemos tudo isso em prol do sonho de nossas filhas. Depois que as colocamos (no esporte de alto rendimento), não temos coragem de tirá-las.
Thayse Borges, mãe de Ana Júlia
Thaís Dantas Monteiro, de 33 anos, é mãe de Júlia, de 9. A educadora física conta que a filha treina há um ano. “Mas a caminhada vem de longe para muitas. Tem gente que treina lá desde 2012 e sempre são os pais que pagam. Não temos nenhum tipo de incentivo, a não ser dos pais e das técnicas”, desabafou.
A venda de pipocas teve início em julho deste ano. O grupo pediu um espaço para o Sesi para comercializar alguma comida típica durante a festa junina de 2016. O produto foi o que sobrou para elas. “(A pipoca) Fez o maior sucesso. A partir daí, as pessoas continuaram pedindo a nossa pipoca e resolvemos tentar algo mais. Vamos de pouquinho em pouquinho, mas estamos conseguindo um retorno”, comemora Thayse.
Contato
Neste domingo (11/9), o grupo montou um estande e passou a tarde em frente ao Planetário de Brasília, próximo ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Quem quiser ajudar a equipe pode entrar em contato pelo telefone (61) 98145-0755 (Thaís).